Despedida em velocidade

Despedida em velocidade

No último grande prêmio de Formula 1 realizado aqui no Brasil, em São Paulo, no Autódromo de Interlagos, tivemos a disputa pelas primeiras posições, porém foi outro fato que chamou a atenção de todos: ao final da corrida, quando o brasileiro Felipe Massa, conforme já anunciara anteriormente, apresentou sua despedida da categoria mundial de automobilismo.

O piloto brasileiro chorou muito, sendo recebido e aplaudido com carinho por todos os presentes no autódromo paulistano, mesmo sem a famosa bandeira quadriculada balançar a sua frente na corrida, pois uma quebra no motor lhe retirou da prova.

A atitude do profissional da velocidade foi clara, objetiva e aparentemente segura nesse momento - a despedida - onde muitos atletas apresentam sérias dificuldades de ajustamento.  O “pendurar as chuteiras”, ao que parece, nem sempre é bem digerido e, às vezes, é evitado e rejeitado.

O (a) atleta, quando se aproxima da aposentadoria, precoce ou não em relação à sua idade e convivendo com os momentos finais da sua carreira, pode muito bem se sentir desconfortável, sem saber ao certo o porquê desses sentimentos tão complexos.

O ex-atleta de futebol, hoje comentarista esportivo, Paulo Roberto Falcão, o Falcão, sugeriu uma interessante interpretação para esse momento ao afirmar que “o atleta morre duas vezes - quando assume a aposentadoria e no seu inevitável e natural passamento”.

É fato que a frase traz uma reflexão especial para esse momento na carreira dos atletas, independentemente dos resultados alcançados no decorrer das competições a que ele foi submetido no ambiente esportivo. 

Qual o significado das lágrimas que transbordaram do rosto do piloto? Elas indicavam tristeza? Simbolizam alegria? Ou são apenas fruto desse momento tão marcante na carreira de todos os atletas?

Um dia, em qualquer espaço e tempo, o atleta sai de cena.  Vai o atleta e ressurge o homem.

Venha se juntar a nós, Felipe.  Tamo junto, companheiro. É nóis!

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