A diferença não está só no artigo
Alcides Fonseca Júnior
13 Ago 2016 20:42
Marchando sempre em direção ao futuro, em busca da superação, de vencer os obstáculos que surgem na vida – e é desde o acordar cedo, seja para trabalhar, para estudar, para defender seus direitos, vivenciar cultura, esporte e a família: elas vencem!
Como que uma obstinada profissão chamada viver, ultrapassando todas as barreiras do preconceito de gênero, de raça, de cargo e de profissão: elas vencem!
Quando a mãe, o pai, um filho ou até mesmo um amigo se desvirtua pelos caminhos da vida, precisando de um ombro amigo e de alguém com pulso firme: elas vencem!
Na hora das dificuldades – que sejam financeiras ou emocionais. No perrengue, na violência e insegurança do dia a dia, que só podem ser superadas com força e determinação: são elas que vencem!
No esporte então, a cada dia que passa, suas marcas são absolutamente visíveis, uma vez que estão influenciando um novo amanhã, provocando a todos com sua delicadeza, sua suavidade e sua garra: elas vencem!
No Judô, uma das modalidades dos Jogos Olímpicos Rio 2016, cumprindo todos os rituais determinados pelas regras do esporte e em respeito ao adversário, cumprimentando-os como que se fosse um amigo: elas venceram.
A maior representação dessa vitória veio redondinha, pesando cerca de 500g, e está agora apoiada no peito, sobre o quimono branco ou azul: a medalha de ouro para Rafaela Silva e a de bronze para Mayra Aguiar.
A primeira, Rafaela, veio da Cidade de Deus para o pódio olímpico, representando todas as mulheres que passaram pelos perrengues da vida. Superando o preconceito da raça, do peso da pobreza e da vulnerabilidade social. Passando por todos os adversários, ela venceu.
A outra, a Mayra, veio lá de Porto Alegre onde dançava no Ballet e bailava na Ginastica Artística e que um dia e para nosso orgulho e sorte, vestiu o quimono do Judô, e com ele, de novo vencer.
Sim. Não é mais no artigo que está a diferença. Ela está na sua casa e no seu trabalho; tomando conta da sua vida e te empurrando ladeira a cima; acreditando no próprio futuro, pois já está atuando no seu presente.
Sim, é da Mulher que estou falando. Alguma dúvida?
