Jogos Paralímpicos - O importante é viver
Alcides Fonseca Júnior
07 Set 2016 14:08
Estamos, mais uma vez, às vésperas de um evento multi-esportivo internacional, que chega pela primeira vez à América do Sul. Marca presença apresentando seus valores, sua importância através de vários atletas que dele participam. São todas e todos atletas deficientes.
Os jogos paralímpicos Rio 2016 acontecerão rodeados de emoções, tanto dos vencidos, quanto dos vencedores, provocando, com certeza, um mundo de estranhos e desconhecidos sentimentos em nós espectadores.
Na disputa das 23 modalidades, as competições - sejam elas, de quadra, na piscina, no mar, nos estádios - outra vez, serão realizadas em jogos coletivos, lutas individuais, com remos, em cadeiras de rodas, bicicletas, entre os vários estilos.
Para competir, o atleta deverá estar habilitado oficialmente, enquadrando-se por um código composto por números, letras e pontuações, que traduzem, de forma fria, o grau de deficiência física de acordo com as suas modalidades.
Quase que de forma antagônica, estamos falamos de “incapazes” que disputam entre si, para serem capazes de vencer, como que não fossem “incapazes”. Como entender?
É muito difícil explicar este mundo esportivo por onde transitam esses exemplos de vida, de superação, de recuperação, e tentar entender a força do esporte na vida de uma pessoa deficiente. Será que podemos?
Faz muito sentido imaginar que, depois das competições, todos que delas participaram se sintam como vencedores, deixando de lado aquele outro resultado - a derrota, tão indesejada e rejeitada. Os vencidos e os vencedores vivem em outra batalha, em outro tempo, em outra vibe.
Todos os dias eles vencem suas batalhas contra a vida.
É exatamente neste momento da disputa, que percebemos a diferença da competição paralímpica, onde o triunfo de um não é a imposição do fracasso do outro. Na certeza do contrassenso, a impressão percebida é uma só: Não existe perdedor.
Depois que vencemos na vida, aquele companheiro que comigo disputa numa adversidade esportiva, parece mais um amigo que um inimigo.
Tamo junto, companheiro. Vencemos.
Para compreender é preciso saber que pra vencer é necessário estar vivo, estando vivo, praticando esporte e curtindo a vida, o resto não importa.
