No entanto

No entanto

Todos ficamos maravilhados, sensibilizados e emocionados com a cerimônia de abertura dos XXXI Jogos Olímpicos, a Rio 2016. A primeira e única Olimpíada realizada na América do Sul.

O show foi desenvolvido com um seguimento carioca brasileiro, recheado de fatos históricos da capital fluminense, com destaque para as apresentações musicais das mais variadas tendências. 

O evento indicou a presença dos nossos índios, dos portugueses, nossos colonizadores europeus, dos escravos negros, dos árabes e japoneses, responsáveis em estabelecer nossa conhecida miscigenação.  

Somos um povo feliz e alegre e, quando oferecemos ao mundo uma perspectiva que vai além dessa felicidade, somos capazes de causar impacto, como no momento do desfile da nossa modelo, ao som da inesquecível “Garota de Ipanema”, mostrando toda  sua ginga e sensualidade.

No entanto, quando saímos do campo da bela cerimônia Rio 2016, percebemos que o buraco é mais embaixo, pois passamos a tratar de planejamento e do desempenho na busca do objetivo final do esporte, que é a vitória.

Mesmo com o discurso pragmático de que “o importante é competir” que sempre ronda o ambiente das competições esportivas, o empenho pela busca da medalha é uma meta a ser conquistada. Percebemos que só competir não basta.

Durante uma prova, o objetivo prioritário é vencer. E é assim que tratam as manchetes dos principais meios de comunicação esportivos, que destacam as performances vencedoras, sendo reservado um espaço bem pequeno para aquele atleta ou equipe que não venceu.

Para que um “atleta perdedor” fique registrado na história esportiva, será preciso juntar à derrota um acontecimento marcante, que mereça destaque. Como perder de pouco, quando o adversário é superior ou então nos casos de lesão física ou dopping.

Neste momento dos jogos vencer é preciso, uma vez que a vitória pode entrar para a história, ficar nos livros e, até quem sabe, nos conteúdos escolares das próximas gerações de estudantes e isso é muito difícil, pode apostar.

No entanto, será preciso continuar acreditando que nossos atletas têm condições de obter resultados melhores do que na última edição dos jogos olímpicos, em Londres, onde conquistamos 17 medalhas. Nestes primeiros dias de competição, já ganhamos duas: Prata no tiro esportivo, com Felipe Wu e o Ouro no Judô, com Rafaela Silva.

Será imprescindível que enxerguemos que o esporte de alto rendimento tem suas nuances específicas e que nem sempre a modalidade pode ser usada como referência de comportamento e educação. Com isso, passaremos a enxergar no esporte-educação um sentido para a vida.

Na vida é importante entender que perdemos e ganhamos, mas vivemos. E, no entanto, viver basta.

Vive Brasil!

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