O silêncio das medalhas

O silêncio das medalhas

Todas as emoções que nos tocaram - desde a cerimônia de abertura, passando pelas competições propriamente ditas, até a festa de encerramento dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 - devem e precisam provocar uma nova compreensão política e do modo que lidamos com um cidadão brasileiro, em especial aqueles que se incluem nos PCDs, que é Pessoa Com Deficiência.

Neste cenário, vamos, inicialmente, pensar na vida dos nossos medalhistas e imaginar suas historias pessoais movidas de muitas superações que são tão necessárias e que vêm com a possibilidade de mudar o sentido do seu viver ao vencer uma batalha entre os iguais e diferentes.

No total, foram 72 medalhas distribuídas em 14 de ouro, 29 de prata e 29 de bronze, que estão numa linha de consonância com o Comitê Paralímpico do Brasil, que buscava tal resultado na somatória das medalhas, porém, na classificação final, nossa posição foi, segundo o Comitê, abaixo do estabelecido.

Temos, então, um belo cenário esportivo a ser utilizado como que uma alavanca para o desenvolvimento de politicas públicas que permitam o engajamento das PCDs em todos os seguimentos da nossa sociedade - independentemente de qual seja o grau dessa tal “deficiência”.

A vida particular de uma pessoa com deficiência que não é vinculada ao esporte não lhe permite a presença de um técnico, um preparador físico e todos aqueles profissionais capacitados que estão disponíveis a um atleta que visa o alto rendimento,  que se prepara para uma competição de nível internacional.

Vamos tratar, portanto, da vida da pessoa que nasceu com uma deficiência, ou que sofreu algum acidente, ou que foi acometido de uma doença que lhe deixou sequelas irreparáveis. Com todas as dificuldades possíveis e imagináveis.

Seria correto dizer que a família que recebe essa criança terá sim a certeza de que, na sociedade, seu “neném” estará protegido e cuidado, não tendo necessariamente que escondê-lo do convívio dos vizinhos e às vezes dos próprios familiares, permitindo sua integração junto ao coletivo.

De mesma forma que ocorre no esporte e que se adaptam e ajustam aos PCDs, inserindo-os nas classes especificas para cada modalidade, eles seriam integrados em siglas como E (de Educação), L (de Liberdade) e I de (Integração), assim por dizer sem alusão ao esporte, mesmo que ele seja utilizado para este enquadramento.

Enfim, as Pessoas Com Deficiência, como que se estivessem fazendo o som do tilintar das medalhas percebidos nas suas infindáveis necessidades mínimas descritas numa Vibe ou Meme - usada pontualmente neste mundo midiático:

Ok, eu sou assim. E daí!?

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