Penalidade máxima

Penalidade máxima

Os dois jogos que definiram os finalistas do campeonato paulista de 2016 foram muito semelhantes. Repletos de emoções, com lindos gols e decididos através de disputa de penalidades.

A Internacional Football Association Board é o órgão que regula e normatiza as regras do futebol. Descrevendo na Regra 14 - O Tiro penal, as razões para que um árbitro marque uma penalidade máxima contra uma equipe. São os mesmos procedimentos, tanto para a cobrança das penalidades durante o jogo em andamento, quanto para as execuções após o encerramento da partida.

Este método foi inserido como Critério de Desempate pela Federação Paulista de Futebol (artigo 13, inciso $ 2º, do Regulamento Específico do Paulistão-2016), disponível no site oficial da entidade.

Nas disputas por pênaltis não encontramos comumente uma lógica que indique, antecipadamente, um possível vencedor, pois nada assegura que uma equipe que tenha jogado melhor, obtendo mais chances de gols que o adversário, seja, necessariamente, a vencedora nas cobranças de penalidades.

Com os atletas em particular, também podem ocorrer fatos não lineares ao seu desempenho no jogo, pois um jogador que teve uma ótima atuação durante a partida, não terá nenhuma vantagem para cobrar uma penalidade frente a um companheiro/adversário que não tenha jogado com tanta eficiência. Na hora do chute, tudo pode acontecer.  As condições emocionais de cada atleta têm muita influência no momento da cobrança, quase que desassociada do seu desempenho durante o jogo.

Na primeira semifinal, no Itaquerão, Corinthians e Audax Osasco fizeram o que poderia ser chamado de "melhor jogo do campeonato". As duas equipes entraram em campo com seus principais jogadores proporcionando uma execução tática quase perfeita, de acordo com a estratégia elaborada por cada técnico. Quem ganhou com isto foram os torcedores que perderam o fôlego em todos os momentos da partida.

Durante o jogo, a equipe de Osasco esteve à frente do marcador em duas oportunidades, porém acabou cedendo o empate quando submetido a uma grande pressão e intensidade do Todo poderoso Timão. Jogo empatado em 2 a 2, decisão na cobranças de pênaltis.

Aí, o Audax foi mais preciso e eficiente. Convertendo todos os chutes e mostrando que seus atletas estavam bem preparados para executar este fundamento. Eliminou o Corinthians, que apesar de ter sido o melhor time da competição, perdeu duas cobranças de penalidades. O Audax se classificou para as finais do Paulistão, pela primeira vez na sua pequena história. Com méritos, muitos méritos, diga-se de passagem.

O segundo finalista veio da partida realizada na Vila Belmiro, onde o Santos Futebol Clube eliminou a Sociedade Esportiva Palmeiras. O time praiano esteve na frente do placar praticamente durante todo o jogo, mas, o Palmeiras, no final do segundo tempo conseguiu empatar em 2 a 2, levando a decisão para os pênaltis. E que cobranças foram aquelas.

Numa delas o atleta Rafael Marques do Palmeiras, que havia consignado os dois gols da sua equipe durante o jogo, errou sua cobrança. Logo ele que deveria estar em ótimas condições emocionais na hora de bater o pênalti.

O goleiro Fernando Prass, herói do Palmeiras, na final da Copa do Brasil do ano passado, quando converteu em gol a penalidade batida contra o mesmo Santos, também errou, chutando para fora a oportunidade que teve em seus pés.

O Santos usou, por sua vez, jogadores de defesa para a cobrança das penalidades. Lógica pouco comum, pois, normalmente, os atletas que executam as cobranças pertencem ao setor de ataque de suas equipes. Diferente, mas deu certo. Todos transformaram em gols suas chances.

Nas cobranças executadas nestes jogos pudemos observar, mais uma vez, os acontecimentos “ilógicos” que, quase sempre, permearam as tradicionais cobranças das penalidades. Estes fatos ocorrem em todas as categorias e dimensões do futebol, um esporte de alto rendimento, obrigando que os clubes através das suas Comissões Técnicas, preparem emocionalmente seus atletas para este momento tão importante, intenso e inevitável: disputa de penalidades desde a marca do ponto penal.

O Santos FC fará sua oitava final seguida e o Audax Osasco a primeira.

E se for através das penalidades?  Veremos.

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