Sinal amarelo na defesa

Sinal amarelo na defesa

O jogo da Seleção Brasileira de futebol na última sexta-feira, na arena Pernambuco em Recife, nos despertou para alguns problemas de ordem técnica e tática, levantando suspeitas quanto ao futuro da equipe nas elimimatórias sul-americanas para a Copa do Mundo da Rússia em 2018.

O resultado de 2 x 2 contra o Uruguai, para efeito de qualificação, não foi tão ruim. Isso porque os resultados dos outros jogos, ajudaram a manter inalterada a terceira posição na tabela de classificação. Outro motivo para comemorar o empate, é que nosso adversário está vivendo um bom momento. Mantendo o mesmo treinador, Oscar Tabarez, desde 2006, a seleção que hoje ocupa a segunda posição na competição, mantém muitos dos jogadores que conquistaram o importante quarto lugar no mundial de 2010, mostrando, um sinal claro de planejamento a longo prazo. 

O gol relâmpago de Douglas Costa, aproveitando um ótimo cruzamento de Willian e o segundo feito por Renato Augusto, aos 25 minutos do primeiro tempo, após excelente lançamento de Neymar, mostraram, como sempre, a força de ataque do nosso futebol e o impacto do talento brasileiro nestes gols, dando a impressão de que a vitória estaria a caminho.

Mas, quando Cavani finalizou, aproveitando uma assistência de Sánchez, fazendo, aos 31 minutos o primeiro gol do Uruguai, veio aquele pensamento de duvida, que sempre ronda nosso futebol, o sistema defensivo. Vizualizem comigo: em um longo e previsível cruzamento alto, procurando o lado oposto ao da jogada, um toque de cabeça para trás do jogador uruguaio, sobrando a bola para o chute final. Nenhum jogador da defesa estava próximo dos três atacantes que participaram da jogada. Que coisa!

Fui jogador de defesa por 20 anos e uma das coisas que me lembro, assunto tratado entre os defensores, é que poderíamos até tomar um gol, mas, estaríamos sempre, apertando, dividindo e trombando com o atacante do time adversário. O intuito era sempre atrapalhar o jogador que iria chutar ou cabecear a bola para o nosso gol. Isto não foi o que vimos no lance. Desde o início da jogada, nossa defesa pareceu desatenta, despreocupada e como que marcando com os olhos.

No começo do segundo tempo, de novo, o Uruguai com muita facilidade, num belo passe em diagonal e nas costas dos defensores brasileiros, faz o segundo gol com Suarez para fechar o resultado do jogo.

Numa competição como as eliminatórias sul-americanas, ter a melhor defesa pode ser um sinal muito bom para efeito de classificação. A Seleção Brasileira está muito longe disto. Já sofremos 6 gols nos 5 jogos que participamos, sendo a pior defesa entre os cinco primeiros colocados.

A seleção fará seu próximo jogo fora de casa contra o Paraguai, que apesar de não ter um saldo de gols alto na competição, possui um ótimo ataque, tendo como destaque Dario Lezcano, autor dos dois gols no empate, de 2 x 2, dos paraguaios contra a equipe do Equador. 

Com Neymar e David Luiz suspensos devido ao terceiro cartão amarelo, além de achar um substituto para o atacante e craque da seleção, o técnico Dunga será obrigado a escolher um novo zagueiro para compor a zaga ao lado de Miranda. Se eu fosse ele, colocaria o ex-zagueiro corintiano Gil, que já atuou em outros jogos e deu conta do recado e para a vaga no ataque indicaria o santista Ricardo Oliveira, atleta que conheci atuando nas categorias de base do futebol paulista no final dos anos 90. Os dois são ótimos atletas.

Talvez, assim, se conseguirmos "fechar a casinha" e vencermos o Paraguai, o sinal verde volte a brilhar para nossa Seleção.

Vai Brasil!

Compartilhar: