Um Jogo de Xadrez

Um Jogo de Xadrez

Amigos do futebol foi muito interessante acompanhar o primeiro jogo da decisão paulista deste final de semana. Ainda estou tentando entender e compreender os motivos do empate de 1 a 1, e fazer uma análise comparativa entre os dois modelos de jogo apresentados por Audax Osasco, o mandante, e o Santos, o visitante.

O time da casa, que vestia o tradicional uniforme vermelho e branco, atuava com seu padrão coletivo de controle e posse de bola, sob qualquer condição, desenvolvendo seu jogo como se fosse uma simples partida, independentemente da fase, do local e, por mais incrível que pareça, como que se o adversário fosse um time comum. E o Santos, em tempo algum, será um adversário comum.

O time do técnico Fernando Diniz jogou como ele gosta de jogar, pensou como ele gosta de pensar e fez o que ele gosta de fazer: as trocas de passes, as movimentações constantes, as tentativas de atrair o adversário para seu campo, as rápidas transições ofensivas e os contra ataques mortais.

O Santos por sua vez, se preparou muito bem para enfrentar este “audacioso” adversário.  O elenco, provavelmente, deve ter feito análises dos jogos em que o time da região metropolita enfrentou e venceu, nada mais e nada menos que o São Paulo e o Corinthians em fases anteriores. E com isso, como manda o figurino, tratou de cuidar muito bem das qualidades e competências detectadas no time opositor.

O time da Vila Belmiro não caiu na armadilha preparada, optando por um sistema de marcação ajustado ao momento, obrigando o Audax a sair da sua zona de conforto, matando, desta forma, as chances dos contra ataques fatais do rival.

O time praiano tem um modo diferente de jogar. Nele, as ações individuais estão mais presentes que as ações coletivas, sendo esta a mais clara diferença entre estes dois eficientes modelos de jogo.

Os gols que saíram em consonância a estes sistemas utilizados nos fez entender que as duas estratégias são úteis, viáveis e vencedoras. No gol do Audax, feito por Mike, o que predominou foram o passe, o deslocamento, o drible e a finalização; enquanto que o gol do Santos aconteceu num chute violento e bem direcionado pelo atacante Ronaldo Mendes, que entrara para substituir o principal atleta em campo: Lucas Lima. Foi um movimento correto do técnico santista ao trocar as peças.

Foi como num jogo de Xadrez. As peças eram inseridas nos seus quadrantes, às vezes apenas para atrair o adversário ou para executar uma jogada envolvente, criando mais uma chance de gol. Os finalistas tentaram, a todo o momento, movimentos sincronizados para surpreender os sistemas defensivos ou então, ações individuais para escapar da marcação.

No final, todos foram para casa levando consigo as armas guardadas para o último jogo, onde como no Xadrez, uma peça mal utilizada poderá provocar a possibilidade do adversário, deslocando uma peça no tabuleiro, consagrar seu objetivo: Xeque mate.

Será no domingo em Santos. Vou ver. E você?

Foto: dreamstime

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