Um novo perfil

Um novo perfil

Os jogos que definiram os clubes classificados para as semifinais do paulistão 2016, confirmaram o novo viés do futebol atual, a existência de um novo perfil esportivo: os clubes com sedes próximas a capital aparentam ter mais possibilidades de êxitos nas competições que participam, do que os times de cidades mais distantes do centro financeiro do estado de São Paulo.

Foram quatro os jogos eliminatórios que definiram os semifinalistas, e, em todos eles, o confronto se deu entre os principais times do futebol paulistas, com sede na capital ou muito próxima dela: O Corinthians venceu o Red Bull, de Campinas; o Palmeiras superou o São Bernardo; o Santos passou pelo São Bento de Sorocaba e o São Paulo foi eliminado ao perder para o Audax de Osasco.

Nas décadas de 80 e 90, os clubes do interior localizados geograficamente mais distante da capital, formavam um importante agrupamento esportivo para disputar os campeonatos regionais e o faziam muito bem.  Seus jogadores, que em sua maioria eram formados nas categorias de base dos clubes, iam se transformando rapidamente em destaque e no desejo de contratação dos principais clubes paulistas.

A formação de base que os clubes ofereciam na época para seus atletas, capacitava-os de tal forma que muitos eram convocados para a seleção brasileira de futebol profissional, superando ou se colocando a frente de atletas que pertenciam aos principais clubes esportivos.

Naquele período, os clubes chamados pequenos, tinham como hoje, muitas dificuldades financeiras, mas é fato que conseguiam sobreviver às suas mazelas econômicas se utilizando dos recursos advindos da “venda” destes seus atletas formados em suas categorias.

Hoje isto mudou muito, talvez em função da normatização de novas leis esportivas, que alteraram o controle do “passe” dos atletas, transformando empresários em verdadeiros “donos” dos direitos federativos e de imagem dos grandes jogadores. Além disso, os clubes pequenos continuam com muitas dificuldades na capitação dos recursos financeiros para a execução do planejamento esportivo anual, semestral ou de uma competição.

O Audax Osasco é, portanto, um legítimo representante deste novo mercado futebolístico, pois o clube tem um ótimo trabalho desenvolvido nas categorias de base, sua diretoria é formada por jovens empresários esportivos, que visam seguir este novo momento futebolístico, saindo da esfera do empirismo, além da proximidade da capital, que dispensa qualquer discurso neste sentido.

É possível perceber que o clube defende o perfil dos profissionais que irá contratar baseado na formação acadêmica, no desenvolvimento de planejamento em longo prazo, nos resultados esportivos e no retorno dos investimentos efetuados na execução de toda a programação.

Um resultado já aconteceu, pois o fato de o time ter eliminado um adversário da magnitude do São Paulo Futebol Clube, pode ser visto como um indicador positivo desta nova maneira de comandar o futebol enquanto esporte de alto rendimento, atrelado a um retorno financeiro compatível com o investimento feito pelo clube anteriormente.

O próximo adversário do Audax Osasco é o Todo poderoso Timão e, aí, o buraco é mais embaixo.

Que vença o melhor.

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