Programa da APAE Batatais prepara jovens para o mercado de trabalho

Programa da APAE Batatais prepara jovens para o mercado de trabalho

Quase 24% da população brasileira é composta por pessoas que possuem algum tipo de deficiência. De acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 45 milhões de pessoas com deficiência. Para garantir a essas pessoas a possibilidade de exercerem alguma atividade laboral, foi criada, há 26 anos, a Lei Federal nº 8.213/91.

A Lei de Cotas, como é conhecida, obriga empresas com mais de 100 funcionários a reservarem de 2% a 5% das vagas de seu quadro de efetivos para pessoas com deficiência. Mesmo com a existência da regra, muitas delas descumprem a lei alegando, principalmente, o alto custo para manter o trabalhador com deficiência e a falta de qualificação profissional.

Com o intuito de preparar seus alunos para a inserção no mercado de trabalho, a APAE Batatais possui no Serviço de Educação Básica Especializada a Educação Especial para o Trabalho, que atende jovens com idades entre 16 e 30 anos, com deficiência intelectual e múltipla. Nesta modalidade são trabalhadas habilidades básicas e de gestão que permitem o desenvolvimento pessoal e profissional do aluno, em consonância com as características do mercado local.

Posteriormente, os alunos são encaminhados ao Programa de Qualificação Profissional, que acontece no Centro de Formação e Qualificação Profissional ‘Áureo’. Segundo a terapeuta ocupacional e coordenadora do local, Camille Guidorizzi, o trabalho é conduzido por uma equipe interdisciplinar que qualifica e acompanha a inclusão dos jovens no mercado como aprendiz, estagiário, autônomo ou contratado CLT. “Hoje temos 21 alunos frequentando o Centro Áureo e 14 pessoas incluídas no mercado”, diz Camille.

Entre as empresas que empregam esses jovens, em Batatais, estão Supermercado Nori, Photoalbum Universal, Plurinox, Usina Batatais e Madeireira São José. Segundo a coordenadora, entre os fatores que dificultam o cumprimento da Lei de Cotas estão a falta de consciência e de conhecimento sobre as capacidades e habilidades das pessoas com deficiência, em especial, a intelectual. “Muitos talentos e dons são desperdiçados porque profissionais da saúde, da educação e das empresas não sabem lidar com a deficiência e essa questão é uma responsabilidade de todos. Esses profissionais têm que se sensibilizar, se capacitar e acreditar no potencial dessas pessoas”, enfatiza.

José Altino Dami é coordenador de recursos humanos na Plurinox e conta que há mais de seis meses a empresa contratou um aluno da APAE Batatais com deficiência intelectual. “É a primeira vez que temos em nosso quadro uma pessoa com essa deficiência e notamos que é uma pessoa muito fácil de lidar, disposta em colaborar, que executa suas atividades de maneira bastante eficiente e está muito feliz por estar aqui. Vemos isso como um diferencial dele”, destaca Dami.

O Centro de Formação e Qualificação Profissional ‘Áureo’ funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Mais informações sobre o programa de qualificação profissional e a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho podem ser obtidas pelo telefone (16) 3661-6000.

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