Do Diário Popular para o Caium

Do Diário Popular para o Caium

Hoje, para mim, é um dia de nostalgia e alegria. Depois de 20 anos vou rever um amigo que conheci na minha segunda faculdade de Jornalismo: a redação do Diário Popular, mais conhecido por Dipo. Formei-me na Cásper Líbero, em São Paulo, onde tive professores excelentes e colegas inesquecíveis, mas foi no Dipo que convivi com jornalistas experientes que me ensinaram muito. Um deles é o Gilvan Ribeiro, que vem a Ribeirão Preto hoje para lançar seu segundo livro: "Sócrates & Casagrande - Uma História de Amor", no Cine Cauim.

No início da década de 90 comecei a trabalhar no Dipo como radioescuta quando ainda estava no segundo ano de faculdade. A redação ficava na Rua Major Quedinho, endereço antes ocupado pelo Estadão e localizado no centrão de SP, e tinha acabado de ser informatizada, com computadores enormes, de tela preta com letra branca, mas sem internet, claro! Eu era responsável por resumir os principais jornais televisivos e ouvir as rádios para imprimir e passar aos chefes de reportagens e editores. Digitava, por telefone, as matérias dos correspondentes, separava os fax que chegavam das assessorias de imprensa por editorias e, ainda, os telex com matérias das agências de notícias. Os articulistas e colunistas mandavam seus artigos e colunas diários por fax também.

Desta forma conheci a redação toda e fiz muitos amigos. O diretor de redação era o Jorge Miranda Jordão que, assim que me formei, me convidou a ocupar o cargo de repórter na editoria de cultura, chamada Revista. A Revista ficava ao lado da editoria de Esportes, que reunia grandes nomes do jornalismo esportivo, entre eles: Gilvan Ribeiro, Maurício Noriega, Antero Greco, Arnaldo Branco, Carlos Alencar, Marcelo Laguna, Nicolau Radamés Creti, Luis Augusto Mônaco, Nelson Nunes, entre tantos outros.

Antes de passar meus textos para a editora, sempre um dos “meninos do esporte” davam uma olhadinha, uma dica e assim contribuíram para minha formação profissional. Talvez eles nem se lembrem disso, mas, para mim, foi marcante. Sem contar quando me deixavam acompanhar algumas pautas importantes.  Como me esquecer do Nicolau Radamés Creti, já falecido, que me levou com ele na ocasião de uma entrevista com os craques do Vôlei de Ouro da seleção de 1992. E teve também o dia em que o Gilvan chegou com curativo na testa porque tinha feito uma pergunta polêmica ao Serginho Chulapa e este respondeu com uma agressão. Enfim, as histórias do Dipo são tantas que renderiam um livro. Fica aí a dica Gilvan.

E é com muita nostalgia que irei reencontrá-lo para o lançamento de seu livro aqui em Ribeirão Preto, exatamente 20 anos depois do dia da minha festa de despedida do Dipo registrada na foto que acompanha este texto. Fico feliz por nossa amizade ter continuado por todos esses anos e ter retribuído um pouco do que você fez por mim no início da minha carreira, ajudando com alguns contatos para esta obra, que ainda não li, mas tenho certeza que deve ser ótima como a primeira. Você faz tudo com muita seriedade e é daquela leva de jornalistas que além de escrever bem apura a exaustão. Parabéns por mais esta conquista, pois você merece!

No centro, eu e Gilvan, na redação do Dipo

No centro da foto à esquerda, eu e Gilvan na redação do Dipo. Ao lado, a capa do livro co-escrito por este querido colega.

Compartilhar: