Fundo Social de Solidariedade de Batatais intensificou ações para atender demanda que cresceu na pandemia

Fundo Social de Solidariedade de Batatais intensificou ações para atender demanda que cresceu na pandemia

Com doações de cestas básicas, máscaras e orientações, mais de 2 mil famílias são atendidas

Por Bruna Martinelli 

Em pouco mais de um ano, a pandemia da covid-19 deixou milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade financeira e social. Em Batatais, o cenário não é diferente para mais de 2.000 famílias, que são amparadas com doações arrecadadas pelo Fundo Social de Solidariedade, presidido por Roselara Goreti de Castro.

Apesar do cargo ser tradicionalmente ocupado pelas primeiras-damas, Roselara foi convidada este ano para ser interina do Fundo Social, já que o prefeito não é casado. Com 23 anos de atuação na prefeitura na área da saúde, participa desde 2005 da coordenação de uma das ações disponíveis, o Projeto Colo de Mãe, que ampara e orienta gestantes atendidas pelo SUS. Desde este ano, efetivou suas funções para todos os projetos e ainda ajudou a suprir a necessidade crescente de famílias carentes que ficaram ainda mais vulneráveis.

Campanhas para doação de alimentos no ato da vacinação contra a covid – vacina solidária-, ou entrega diretamente no Fundo Social e a arrecadação de agasalhos em parceria com o comércio da cidade são os principais feitos realizados desde o ano passado, totalizando mais de 1.370 cestas entregues – sendo 880 doadas pelo Governo do Estado – e mais de 300 cobertores doados por empresas e moradores.

“Pedimos ajuda para comércios e indústria, as lojas maçônicas, clubes de serviços, entidades de classe e sempre somos atendidos. Ano passado os Demolays doaram em torno de 1.100 máscaras, e mais 200 vieram da ordem feminina Arco-Íris este ano. Essas doações vieram em boa hora. Este ano, estávamos evitando a campanha do agasalho em seu formato original por conta da pandemia, já que havia possibilidade de transmissão do vírus no manuseio direto com roupas, mas em uma parceria com o comércio de Batatais foi criada a campanha Abrace Quem Tem Frio, na qual as lojas participantes deram descontos para quem doasse um agasalho seu, na compra de um novo. Esses agasalhos são recolhidos seguindo todas as normas de segurança sanitária e levados a uma lavanderia parceira. Posteriormente, são entregues ao Fundo para distribuirmos, com a ajuda dos técnicos da Secretaria de Assistência Social, à população as roupas já limpas e higienizadas”, detalha Roselara.

Fazer parte do sistema público de apoio às famílias tem um significado especial para a administradora pública, que em julho do ano passado perdeu o marido, o técnico de enfermagem Marco Antônio Pimenta Pires, com apenas 51 anos.

“Eu ter passado por essa dor de perder uma pessoa amada pela covid, passar pelo luto e ver a necessidade das pessoas é o que me faz levantar todos os dias e pedir para Deus livrar o mundo da pandemia, e me iluminar para eu conseguir ajudar o maior número de pessoas naquele dia. Muita gente se solidarizou com a situação nesse momento. As pessoas estão vendo a necessidade de se doarem e ajudarem o próximo. É um momento que vai se estender, vamos colher muitas sequelas ainda desse vírus, e o que vai ficar são as pessoas que vão precisar de ajuda na parte social, na parte de empregos e emocional”, conclui.

Projetos além da pandemia

A preocupação com a situação social da população da cidade é constante, e com isso o Fundo Social trabalha há muitos anos com projetos conhecidos e apoiados. Entre eles estão: o projeto Colo de Mãe, no qual duas vezes na semana, por dois meses, um grupo de 20 gestantes acompanha palestras sobre maternidade, meio ambiente e tem aulas de bordado para personalizar o próprio enxoval, ou tornar do aprendizado uma renda e o projeto Renascer, da Secretaria De Assistência Social, que atende mais de 600 idosos no Centro de Convivência do Idoso com atividades físicas, bordado e pintura.

“Na época de pandemia estamos em atendimento remoto, então no projeto Colo de Mãe a gente entrega o enxoval pronto. O bordado manual é feito por voluntárias. No projeto Renascer, as professoras de Educação Física fazem contato com os idosos por telefone, e a pedagoga envia atividades em pastas da oficina de leitura e escrita. Entregamos os materiais de pintura e bordado nas casas e mandamos orientações, principalmente sobre a importância da vacinação”, comenta.

Outro projeto que ganha bastante destaque na cidade é o Farmácia Solidária, inaugurada em 2015 em parceria com a Secretaria da Saúde e a loja maçônica Washington Luiz. Com local cedido pela loja maçônica, e com a ajuda do farmacêutico aposentado José Ismar Parada, a Secretaria da Saúde cede a farmacêutica e recebe doações de laboratórios, consultórios e da própria população de medicamentos que são repassados a quem não tem condição de comprar. Basta levar a receita da medicação, CPF e comprovante de residência e, caso tenha a medicação disponível em estoque, a pessoa leva na mesma hora.

Além disso, supermercados e outros estabelecimentos têm postos de coletas para o descarte correto de medicamentos, inclusive vencidos, que são levados até o projeto e passam por todo o procedimento necessário. Neste ano, de janeiro a maio, 1.495 pessoas foram atendidas, cerca de 16 por dia, e 75. 547 medicamentos foram dispensados, uma média de 821 por dia.

“Eu gostaria de agradecer a participação da população nesse projeto em especial, porque ele é um dos melhores da prefeitura. Também gostaria de agradecer a assistente social do Fundo, Francielly Pereira Ribeiro Garcia, que me dá todo o apoio para execução dos projetos”, finaliza.

 

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