Programa Verdear celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente com ações de restauração florestal no bioma Mata Atlântica da Fazenda Engenho Central
Projeto do Museu da Cana visa conscientizar alunos da rede pública ao mostrar a importância dos patrimônios cultural, histórico e ambiental
O Dia Mundial do Meio Ambiente de 2021 foi marcado pelo início da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas 2021-2030, uma convocação para a proteção e revitalização dos ecossistemas em todo o mundo, para benefício das pessoas e da natureza, com o objetivo de deter a degradação de ecossistemas e restaurá-los para alcançar os objetivos globais e colocar o mundo no caminho para um futuro sustentável.
Passado um ano do início desta década, o Programa Verdear, do Museu da Cana, tem como foco a restauração ecológica de ecossistemas degradados do bioma Mata Atlântica no entorno da Fazenda Engenho Central, em Pontal (SP), ao mesmo tempo em que trabalha o conceito de patrimônio cultural e natural com os alunos dos 7º, 8º e 9º anos da escola municipal João Nogueira, de Cravinhos (SP).
Nesse sentido, toda a conscientização que envolve o dia 05 de junho tem sido vivenciada pelo Programa Verdear, iniciado em 2020. Desde o mês de abril deste ano, os alunos de Cravinhos participam do Dia de Campo Verdear, oportunidade em que tomam contato com diversos conteúdos relacionados ao meio ambiente de nossa região, tendo a arte como meio para o processo pedagógico.
Segundo a professora da escola João Nogueira, Marisa Carvalho, que acompanha os alunos durante as visitas, a importância do Programa Verdear para a escola, professores e alunos está na conscientização de pertencimento, como humanos, à natureza.
Entre as atividades realizadas, ela destaca a caminhada em estrada limítrofe entre canavial e área de restauração florestal com explanação teórica e demonstração do processo de restauração, coleta de matéria orgânica e montagem de um objeto artístico, observação de árvores, folhas, forma e cores, visita guiada ao Museu da Cana, incluindo a usina e oficina; atividade artística musical; observação do ambiente com ênfase no contraste cultural/natural e reprodução com giz e carvão, e exposição dialogada dos pôsteres.
Sob o aspecto ambiental, a professora observa que o projeto acrescenta muito aos alunos e à comunidade. “Para os alunos, um olhar mais criterioso, mais observador para o ambiente. Para a comunidade, a valorização local, do patrimônio natural e do cultural. Um olhar diferente para as usinas, vistas normalmente como vilãs no ambiente natural. Tirar o aluno da sala de aula para uma imersão ambiental, histórica, artística e cultural estimula diferentes sentidos e abordagens, sendo uma excelente estratégia de ensino-aprendizagem, conduzida de forma alegre, descontraída e acolhedora”, diz.
A aluna do 8º ano, Ana Clara Ferreira Moraes, de 13 anos, comenta que graças ao Programa Verdear aprendeu a observar e cuidar mais do meio ambiente, prestar atenção aos sons da natureza e reparar mais nas árvores. “Mudou minha percepção, antes eu não parava para olhar as árvores ao meu redor, agora, sempre que eu vejo a natureza, eu lembro de tudo que aprendi no Programa Verdear”, frisa.
Para a também aluna do 8º ano, Rebeca Moraes Pereira Rizzi, de 14 anos, o que mais chamou a sua atenção foram os ensinamentos obtidos durante o passeio como, por exemplo, sobre as árvores pioneiras e secundárias, em como a cana era recolhida e feita a produção do açúcar, o modo de transporte da cana, as curiosidades sobre os eucaliptos e seu efeito repelente e diversas outras. “Aprendi muitas coisas, mas uma principal que tenho certeza que tanto eu quanto meus colegas iremos sempre nos lembrar é que somos parte da natureza, ela é nossa casa, nosso lar. É o nosso dever e responsabilidade cuidar dela. E ela é muito importante para nós, e não devemos subestimar sua importância como tantas pessoas infelizmente fazem”, defende.
De acordo com a diretora do Museu da Cana, Leila Heck, a excelência técnica somada à sabedoria dos moradores locais são a grande potência do Programa Verdear. “Aliar o saber popular com o conhecimento técnico é de uma riqueza singular. Estamos muito animados com os resultados dos trabalhos e temos certeza que ele já se tornou referência em Educação Ambiental”, explica Leila.
Sobre o Programa Verdear - O projeto tem como principal objetivo conservar o patrimônio natural da região em torno do Museu da Cana para projetos de pesquisa e de educação ambiental destinados inicialmente às comunidades do entorno e, a médio prazo, em outros municípios do nordeste paulista. A fase inicial do Programa teve início em 2020 e levantou o Diagnóstico Ambiental da fazenda, envolvendo todas as informações técnicas relativas aos meios físicos e vegetação. O estudo foi coordenado pelo doutor em Ciências Biológicas Aloysio Teixeira. A partir deste rico diagnóstico, o projeto iniciou a fase de elaboração do Plano de Manejo, iniciando o plantio da primeira fase em dezembro de 2020. O diagnóstico confirmou a existência de seis nascentes nos 24 hectares da Área de Preservação Permanente (APP) da fazenda. Todas elas formam riachos que no seu curso vão desaguar no rio Mogi.
O Plano de Manejo da área foi elaborado pela equipe técnica do projeto e busca a capacitação de moradores da zona rural do entorno do Museu para trabalhar no programa, preparando-os para o restauro de matas nativas, tendo como diferencial buscar a sinergia entre o saber científico e o saber popular no ambiente rural, objeto de pesquisa e preservação do Museu da Cana.
O diagnóstico técnico orienta todo o esforço de educação ambiental que está sendo realizado pelo Museu da Cana em 2022, embasando as atividades de arte-educação que são realizadas na visita ao Museu, que tem como público alunos do 2º ciclo do ensino fundamental, sendo ainda um pilar, para os docentes envolvidos no projeto, de um Plano de Atividades a ser realizado em sala de aula como forma de complementação da experiência da visita ao Museu da Cana.
Legenda foto: O diagnóstico ambiental da fazenda Engenho Central mostrou duas áreas de proteção ambiental localizadas na borda da mata que precisavam ser restauradas, assim, em novembro de 2021, foi iniciado o plantio destas áreas com espécies representativas da flora local. A foto mostra a restauração de uma destas áreas.
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