Contagem regressiva

Contagem regressiva

    E nesse momento vivemos uma contagem regressiva, entre finalizar um tempo que passou e iniciar um novo ano. Nesse período, há um misto de emoções, sentimentos, sensações sem nome que são difíceis de lidar, sentir, viver, conter na própria mente. Há um tempo que se encerra, despertando angústias e ansiedades, dificuldades em lidar com o que chega ao fim.

    Ao mesmo tempo, há uma excitação característica, um entusiasmo, uma empolgação... ou seria uma euforia? O novo que surge e traz consigo todo um universo desconhecido ainda por viver e sentir. O que está à espera? O que poderá acontecer? O novo que surge com possibilidades e assusta em sua imaginada infinidade.

    Mas é preciso marcar a passagem do tempo, é preciso que haja um fim que dê um sentido a um começo. É da condição humana, da sua mortalidade, fazendo com que permanentemente tenhamos que lidar com pequenos e grandes encerramentos, rupturas, perdas, o que, por sua vez, gera muita angústia. Ambivalentemente, há uma necessidade de se escapar do terror do sem fim, que lança o indivíduo a uma angustiante jornada frente ao que não se encerra. Não à toa a imortalidade é retratada alegoricamente por figuras de zumbis e vampiros, seres mais mortos do que vivos.

    Para vivermos esses momentos, precisamos estar bem vivos. Só assim para tentar suportar, tolerar dentro de cada um de nós os sentimentos, pensamentos, emoções ambivalentes, angústias e ansiedades que são despertados nessa época do ano. 

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