Atendimento psicanalítico a bebês e crianças muito pequenas

Atendimento psicanalítico a bebês e crianças muito pequenas

Você pode estar se perguntando: mas como é possível o atendimento a bebês? Que necessidades um bebê poderia apresentar para precisar de intervenção especializada? Apesar de aparentemente poder soar estranho, por que não intervir em situações que indicam necessidade, quando um bebê apresenta sintomas que indicam algum sofrimento emocional?

As intervenções realizadas muitas vezes incluem os pais dos bebês/crianças muito pequenas. O atendimento visa intervenção nas relações iniciais, possibilitando que dificuldades vinculares e sintomas apresentados precocemente não se desenvolvam ou se cristalizem. 

A frequência de sessões é estabelecida conforme a necessidade avaliada, podendo variar de poucas consultas a sessões regulares. Propõe-se um ambiente que ofereça segurança e continência ao bebê e seus pais, respeitando-se o ritmo de desenvolvimento e os gestos espontâneos do bebê. Ao longo do acompanhamento, observa-se o desenvolvimento da criança, sua interação, comunicação e expressões emocionais. 

O acompanhamento e a intervenção precoce se fazem importantes, uma vez que a identificação de dificuldades no estabelecimento de vínculos e no desenvolvimento emocional de crianças muito pequenas como um todo podem impedir que sintomas mais graves, tais como da ordem do espectro do autismo, cristalizem-se. Estudos recentes vêm comprovando a eficácia de intervenções precoces, que possibilitam, por meio da plasticidade cerebral, novas organizações neurológicas que refletem em mudanças emocionais.

Os sintomas que indicam sofrimento emocional de bebês e crianças muito pequenas encontram-se ligados a dificuldades no sono e alimentação, irritabilidade e/ou agitação excessivas, descarga motora envolvendo repetição de gestos e movimentos, problemas no controle dos esfíncteres, dificuldades no estabelecimento de relações afetivas/vinculares, dificuldades na interação mãe-bebê, problemas no desenvolvimento da linguagem, medos intensos, dificuldades no desmame, desinteresse pelo contato com o outro, exclusivo interesse por determinados objetivos, intensa angústia na separação, não podendo ficar só.

As intervenções nas relações iniciais apontam para a centralidade da qualidade das interações afetivas, desenvolvendo-se uma maior disponibilidade emocional e continência favorecedores do desenvolvimento emocional do bebê, buscando dar um sentido às manifestações corporais e emocionais apresentadas pelo bebê. Quanto antes se busca um atendimento especializado diante de sinais indicativos de dificuldades e sofrimento emocional, maiores são as possibilidades de auxiliar no desenvolvimento e transformar os sintomas inicialmente apresentados, impedindo seu enraizamento.


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