Da Psicanálise

Da Psicanálise

   A Psicanálise foi inicialmente desenvolvida por Sigmund Freud, que, em sua época, enfrentou muita oposição e crítica principalmente quanto às descobertas dos processos mentais inconscientes e da importância da sexualidade. Em seus escritos, reconhece-se uma necessidade constante de fundamentar seus achados, na tentativa de atribuir status de ciência ao novo conhecimento que tomava forma ao mesmo tempo em que buscava organizá-lo. Estudar cronologicamente suas obras é uma oportunidade ímpar de acompanhar todo o desenvolvimento, criação e elaboração da Psicanálise, podendo-se reconhecer a importância de seu pensamento original e criativo, bem como do movimento de constituição e reconstituição sempre presentes em sua produção.

     Novos autores expandiram a Psicanálise, dando-lhes novos desdobramentos e perspectivas, ainda que possamos encontrar muito de seus gérmens em Freud. Atualmente, observa-se uma iniciativa crescente de aproximar a Psicanálise da comunidade, no sentido de ampliar o conhecimento acerca das experiências humanas, seja através da promoção de um acesso cada vez maior ao atendimento psicanalítico, quer seja através da difusão do conhecimento da área através da interlocução da Psicanálise com a arte e a cultura.

     Eventos em que a Psicanálise vem dialogar com a literatura, o cinema, a música, para citar alguns exemplos, são cada vez mais frequentes. Tais expressões artísticas e culturais veiculam imagens, mensagens, sons, comunicando algo da vida, alguma emoção humana. A Psicanálise também se baseia em uma comunicação, não apenas verbal, mas também dos silêncios, dos gestos, do que está encoberto à espera de ser significado e comunicado, do desconhecido. Através de uma interlocução com as histórias representadas por meio da arte, o conhecimento psicanalítico pode estreitar distâncias, possibilitando maior ampliação da percepção e compreensão das experiências humanas e dos fenômenos representados. A aproximação com o que é da vida é de interesse da Psicanálise. Como disse Bion, psicanalista renomado, “se não se parece com a vida, não é Psicanálise”.

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