Entrevista sobre insônia

Entrevista sobre insônia

Segue entrevista concedida à Laura Scarpelini sobre a insônia. Algumas partes podem ser acessadas no link: https://www.revide.com.br/noticias/insonia-afeta-mais-de-30-da-populacao-mundial/

- 30% da população mundial sofre de insônia. Como você analisa esta questão?

Constitui uma alta prevalência na população, o que indica necessidade de se analisar de modo aprofundado a questão. A insônia está associada à dificuldade no adormecer ou ao despertar precoce, referindo-se a uma insatisfatória quantidade e qualidade do sono, que persiste por um período de tempo, com percepção de que o sono não é reparador, podendo acarretar prejuízo às atividades diárias. Há critérios diagnósticos para avaliá-la em seus diferentes subtipos, se de causa orgânica ou devido a fatores emocionais, associada ou não a outros transtornos, além de ser necessário se considerar a particularidade de cada pessoa. Estudos apontam alguns fatores de risco, tais como o envelhecimento, doenças clínicas ou ocorrência de transtornos mentais. Ainda, fatores estressores tais como mudanças, perdas e doenças podem levar à insônia. 

 

 - Quais são os problemas causados pela insônia?

O sono é vital na vida das pessoas, sendo reparador e necessário para o bem-estar físico e mental, ao passo que a insônia pode trazer prejuízos físicos, psicológicos e sociais, acarretando problemas nas atividades diárias, com consequências negativas para as relações sociais, atividades de estudos e vida profissional, podendo haver prejuízo no desempenho geral da pessoa. Pode haver também alteração do humor; das funções de atenção, concentração e memória; fadiga e irritabilidade, o que compromete a qualidade de vida da pessoa. 

 

 -  Este distúrbio é um aspecto clínico ou um critério de diagnóstico relacionado a várias formas de psicopatologias? Explique.

A insônia pode ser entendida como um sintoma que necessita investigação. Como sintoma, quando se descarta uma origem orgânica, pode ocorrer isoladamente ou estar associada a um transtorno mental ou a uma doença física. Se constitui uma manifestação de outro transtorno (como por exemplo ansiedade ou depressão), de uma doença clínica ou de uma alteração do sono independente, identifica-se por meio de uma escuta qualificada e atenta, avaliando-se as condições clínicas e sua evolução, podendo-se identificar os fatores associados à insônia e as formas de tratamento. Há necessidade de se avaliar os critérios diagnósticos específicos de cada doença/transtorno, do qual decorre a necessidade de uma escuta atenta, para se realizar um diagnóstico diferencial e indicar o tratamento adequado.

 - Como resolver?


 

Quando há a percepção de prejuízo da quantidade e qualidade do sono, alterando e trazendo consequências nocivas à vida diária da pessoa, faz-se necessária a busca de ajuda. Como sintoma, a partir de uma avaliação criteriosa e escuta qualificada, como mencionado, pode-se identificar o que está levando à insônia e os fatores associados. A partir dessa avaliação, propõe-se o tratamento. A psicoterapia deve ser indicada quando se identificam fatores emocionais levando à alteração do sono. 

 

 - Pessoas com insônia têm buscado terapia? A insônia tem se mostrado uma problemática bastante presente na clínica atual, estando entre as queixas que motivam a buscam pela psicoterapia, devido às  consequências negativas que pode gerar na vida da pessoa. Quando não associada a outros transtornos, é comum o relato de um sono perturbado por uma agitação da vida mental, uma excitação da mente, cujos conteúdos dependem dos estímulos e das particularidades da pessoa e do momento.  Essas excitações, que não são pensamentos, promovem uma sensação de agitação da mente de que não se tem controle. Essas sensações podem dar um aspecto de dispersão, promovendo um distanciamento de si e uma impossibilidade de se pensar de verdade. Cria-se um estado em que não se pode dormir, nem tampouco ficar acordado. A psicoterapia e a Psicanálise podem contribuir para a compreensão do funcionamento mental da pessoa que sofre com a insônia, auxiliando-a no desenvolvimento de uma condição de maior continência às experiências vivenciadas.

 

 

 

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Quando há a percepção de prejuízo da quantidade e qualidade do sono, alterando e trazendo consequências nocivas à vida diária da pessoa, faz-se necessária a busca de ajuda. Como sintoma, a partir de uma avaliação criteriosa e escuta qualificada, como mencionado, pode-se identificar o que está levando à insônia e os fatores associados. A partir dessa avaliação, propõe-se o tratamento. A psicoterapia deve ser indicada quando se identificam fatores emocionais levando à alteração do sono. 

 


- Pessoas com insônia têm buscado terapia?

 

A insônia tem se mostrado uma problemática bastante presente na clínica atual, estando entre as queixas que motivam a buscam pela psicoterapia, devido às  consequências negativas que pode gerar na vida da pessoa. Quando não associada a outros transtornos, é comum o relato de um sono perturbado por uma agitação da vida mental, uma excitação da mente, cujos conteúdos dependem dos estímulos e das particularidades da pessoa e do momento.  Essas excitações, que não são pensamentos, promovem uma sensação de agitação da mente de que não se tem controle. Essas sensações podem dar um aspecto de dispersão, promovendo um distanciamento de si e uma impossibilidade de se pensar de verdade. Cria-se um estado em que não se pode dormir, nem tampouco ficar acordado. A psicoterapia e a Psicanálise podem contribuir para a compreensão do funcionamento mental da pessoa que sofre com a insônia, auxiliando-a no desenvolvimento de uma condição de maior continência às experiências vivenciadas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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