Mãe

Mãe

Vida nascida e renascida. Desde o interior. Matéria elementar, no dizer de Clarice. E remexida, pois que outra. Ela mesma, desde que nasceu. E mãe também: outra. À semelhança de Rimbaud “Eu é um outro.”. Pois que, não como pronome, mas sujeito, em voz ativa. Reconhecido quando, ativamente, também nasce o bebê. Posto que o nascimento é sempre em primeira pessoa. E este traz à luz a mãe que, também, nasce. Já que uma gestação é sempre múltipla, muitos que são os partos. Que comportam, em seu interior, aquilo que une e também separa, seja mãe-filho, ou mulher-mãe. E, nesta cesura, a mulher, se parte (parte-se?), também oferece a ela mesma a condição de poder voltar. Pois daquela que não se vai, tampouco se pode dizer que fica… 

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A todas que já foram e, vez e outra, permitem-se ir, voltar, renovar-se. Revoltar-se! Dando voltas em si, retornando outras. Que sempre seja!

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