O corpo fala

O corpo fala

Percebe-se muito interesse das pessoas quanto ao tema do "corpo fala". Há uma curiosidade em se compreender os sinais que este emite e o que quer dizer este ou aquele comportamento. Mais do que uma leitura decodificadora indicativa do significado quando tal ou qual comportamento se apresenta, o que se pretende abordar é a conexão existente entre o corpo e o psiquismo.

Mente e corpo se encontram tão intrinsecamente conectados e associados, a tal ponto de que se observa que uma conflitiva psíquica, quando ultrapassa a capacidade da própria mente de suportar a dor, manifesta-se no corpo, aparecendo na forma de algum sintoma. Este diz o que muitas vezes não se consegue expressar simbolizar, conter na própria mente. O sofrimento, assim, manifesta-se pela via corporal, não havendo representação por meio da palavra.

Essa comunicação que se mostra de forma corporal diz de uma dificuldade de se sentir e de se apropriar das próprias emoções. É como se o campo psíquico tivesse sua resistência e capacidade sobrecarregadas. Apresenta-se como uma via de manifestação de uma dor psíquica que pede para ser compreendida e que possa ser estabelecida por meio de outras formas de significação. O sintoma foi a forma criada para lidar com uma dor mental difícil de ser suportada. No entanto, ao mesmo tempo em que os sintomas também causam alguma dor e sofrimento, o seu desaparecimento, por outro lado, muitas vezes é temido.

O maior contato consigo mesmo e o aprofundamento quanto às áreas desconhecidas do próprio ser possibilitam encontrar vias mais criativas de expressão do sofrimento psíquico. O corpo muitas vezes fala quando nos falta a possibilidade de sentirmos as próprias emoções e dores, não podendo elaborá-las psiquicamente. A psicoterapia tem, nesse sentido, um papel fundamental como meio para favorecer uma apropriação da capacidade de sentir e de elaborar as próprias emoções.

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