O “aborrescente” precisa de você

O “aborrescente” precisa de você

Nesta semana, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completou 30 anos. Criado em 13 de julho de 1990, ele prevê proteção integral às crianças e adolescentes brasileiros e estabelece os direitos e deveres do Estado e dos cidadãos responsáveis pelos mesmos. Essa lei prevê às crianças e aos adolescentes os direitos à vida, à saúde, à alimentação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à educação, à cultura, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Eu trabalhei no Núcleo de Atendimento Integrado de Ribeirão Preto (NAI) diretamente com adolescentes e vi de perto o quanto a garantia desses direitos é fundamental para desenvolvimento desses jovens. Essa é uma fase de transformação, em que ocorrem diversas alterações físicas e psicológicas. Nesse período, muitos jovens sofrem o abandono intelectual e fraternal, pois os adultos fogem de jovens “chatos”, cheios de questionamentos. E é nesse momento que atitudes “divergentes” ou “antissociais” surgem como uma expressão comportamental, orientada pela busca de autonomia. Alguns jovens desenvolvem um comportamento delituoso, mergulham em relacionamentos abusivos, desenvolvem crise de ansiedade, depressão, entre outros transtornos. E qual o nosso papel em tudo isto? Qual o laço social, o contexto de inserção que estamos oferecendo a esses jovens?

Comecei o artigo citando o ECA, porque por meio dele, pela primeira vez, crianças e adolescentes deixaram de ser objetos para serem sujeitos de direito. Contudo, é preciso mais: é preciso criar políticas para o adolescente que permitam integrá-lo na sociedade, criando espaços para a sua contribuição, mas, o mais importante, é preciso estar aberto.

Eu acredito muito na força do olho no olho, no poder do acolhimento, de escutar as angústias e sofrimentos que o permeiam, para que, a partir disso, consigamos contribuir efetivamente para o futuro dos nossos jovens. “Ensina o seu filho o caminho que deve andar e, quando crescer, não se desviará dele” (Provérbios 22:6).

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