Escalaminhada? Na Ilhabela tem!

Escalaminhada? Na Ilhabela tem!

O termo, claro, só pode unir duas atividades esportivas: caminhada e escalada. De acordo com o dicionário informal, “escalaminhar é caminhar em trilhas de ascensão com a utilização das mãos em lugares bem difíceis para subir, apoiando-se em raízes ou pedras que existem no caminho”.



Gostou da brincadeira? Então prepare a mochila, uma boa companhia, o coração e o fôlego que no litoral norte do Estado de São Paulo dá para fazer um programa desses. O lugar é na Ilhabela, região de São Sebastião. A trilha? Pico do Baepi, local onde é possível avistar todas as montanhas da ilha. No topo do morro a vista é maravilhosa, mesmo encoberta por nuvens. Lá é possível fotografar toda a baía da Ilha, o canal de São Sebastião e uma boa parte da Serra do Mar. São mais de mil metros de altitude. Segundo o site da Ilhabela, a trilha pode ser feita em até quatro horas. Estive lá dia desses e voltei encantada – pela subida, pela trilha e, claro, pela paisagem.



A aventura começou ainda na cidade – uma subida de paralelepípedos de palpitar o coração. Para os mais corajosos dá para fazer a pé, mas ficamos com a opção pela subida com o carro. Lá em cima, uma monitora que mora bem na entrada do parque - extremamente simpática - a Marissol, deu algumas dicas sobre o passeio. “Olha gente, a trilha é de alto nível, mas vocês vão amar”!



Perfeito. Valeu muito. A trilha está muito bem cuidada e sinalizada: degraus montados com tocos de madeira facilitam o acesso até a chegada da trilha fechada – que mais se parece com uma escadaria. São eles que evitam a erosão. Em alguns trechos esses degraus também facilitam a subida. No entanto, muitas pessoas não se aventuram por lá - tanto que, durante o percurso, não cruzamos com nenhum turista. Apenas quatro funcionários da Prefeitura da Ilhabela estavam lá no topo colocando uma escadinha de madeira para facilitar o acesso. Olha, trabalho gratificante esse, pois os homens começaram a subida às 6 horas com todo o material. 



Quase chegando ao topo uma placa de “Parabéns” estava fincada entre as árvores. Ali, a sensação é estranha, pois não há nenhuma visão – apenas a mata fechada. Mas, o cume está próximo e mais uns 10 minutos de subida chega-se ao destino deslumbrante. Por isso, não se contente só com a placa – desça mais um pouquinho um pequeno vale e suba pela trilha que o céu está bem perto.



A subida é brava, mas o visual no topo do morro é de tirar o chapéu! Completar a trilha e chegar lá em cima vale qualquer esforço. Depois da contemplação do cenário, do “uau”, do queixo caído e de muitas e muitas fotos, a parada para o lanche é essencial e claro, o retoque no repelente porque os borrachudos não dão mole não! 



Na descida, atenção especial para as pernas e o joelho. Certamente alguns escorregões vão surgir, o que é o melhor da festa que resulta em muitas risadas, um pouco de barro no corpo e, claro, alguns arranhões. Na verdade, achei que ia ser pior, mas confesso que a descida foi uma delícia, mesmo com muita lama em função da forte chuva da noite anterior.

O Pico do Baepi tem 1.048 metros de altitudes e é a 5ª montanha mais alta de Ilhabela. O legal da trilha é que ela é autoguiada, sem risco nenhum de se perder. 

No fim, um cansaço danado, mas com uma sensação boa demais. E claro, ver o sorriso da Marissol – a guia lembra? – perguntando se gostamos foi mais prazeroso ainda. 

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