I Believe in miracles
Andrea Berzotti
08 Jan 2015 17:43
Primeiro texto do ano! Toda virada de calendário é assim: planos novos, objetivos, sonhos e muitos verbos novos. “Quero mudar de vida”. “Vou abandonar o sedentarismo e começar a correr”. “Quero emagrecer”. “Esse ano eu arrumo um namorado”. “Esse ano eu separo e vou viver uma nova história”. “Ah, esse ano eu pego aquele cara”. “Vou mudar de emprego”. “Quero ganhar mais”. “Quero morar na praia”. “Vou trocar o carro por uma bike”. “Quero fazer um mochilão”. “Compro um ar-condicionado potente”. “Encaro o bisturi e tiro de vez essa gordura que não me pertence”. “Nunca mais vou me entupir de pastel”. “Vou para Índia, Itália e Bali e viver uma história parecida como a de Julia Robert em ‘Rezar, Comer e Amar’ (claro que com aquele ‘grand finale’ com Javier Bardem)”. Enfim, os planos são imensos e a lista é enorme.
Neste ano, pela primeira vez, não fiz minha listinha de realizações e não evoquei pensamentos parecidos como os de tantos anos anteriores. Fiz diferente. Agradeci. Fui grata por tanta coisa boa que aconteceu, novos lugares que conheci, novas coisas que aprendi e compreendi, meus objetivos que alcancei (e até por alguns que não aconteceram, mas um dia vai... ah, vai!), amigos que estão sempre ali por perto apoiando todas nossas loucuras, amores que se foram e voltaram, novas pessoas com que pude conviver por poucos dias e que me proporcionaram momentos tão bons. Agradeci que, às vezes, (muito às vezes) o não planejado sai muito melhor que o muito planejado. Agradeci pelas surpresas e reencontros que a vida nos proporciona. Agradeci, agradeci e agradeci. Mas, quero mais!
Janeiro começou. A vida volta ao normal ou não. Mudanças só dependem da gente. Basta ter coragem e correr atrás daquilo que a gente tanto quer. Independente se o que queremos é grande o bastante para nos deixar felizes. Aprendi que a vida nos surpreende, é só a gente deixar acontecer.
Um brinde a 2015. Que ele nos proporcione todas nossas loucuras demoníacas ou angelicais. Clarice Lispector “acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam”. Eu acredito em milagres. E porque eu acredito, eles existem. Feliz novos dias para todos.
