Já pensou, um dia, em mudar sua vida?

Já pensou, um dia, em mudar sua vida?

Recentemente, conheci um empresário italiano, dono de um bar bem descolado em Santo André (SP), que me explicou com uma profundidade de detalhes a história da maratona. Detalhe, ele não é corredor, mas narrou os fatos com uma riqueza cultural  impressionante que me instigou a divulgar aqui. Ah, confesso que uma pontinha de embaraço também surgiu por desconhecer todos os detalhes.

Enfim, repasso aqui o que aprendi sobre a história dos 42 km de uma maratona. Pesquisando mais sobre o tema, não há um registro datado de quando começou, mas, segundo a lenda grega e a narração do meu recente amigo, a maratona surgiu através do sacrifício de um soldado grego que percorreu 40 quilômetros da cidade de Maratona até Atenas. A corrida era somente para levar a notícia da vitória grega sobre os persas, isso por volta de 490 a.C. Ao chegar, o grego anunciou: “Νενικήκαμεν” (vencemos) e depois morreu.  No entanto, o percurso atual (42,195) só foi oficializado em 1896, durante os Jogos Olímpicos. A mudança ocorreu em função de uma exigência que a família real fez para que o percurso passasse no jardim do Castelo Windsor, para que pudessem assistir a prova. Simples assim!

Claro que a moral da história não é, literalmente, correr e morrer na praia. Mas, sim mostrar que completar uma prova dessa lonjura, e muitas vezes insana para alguns, exige sim muita dedicação, treinos diários, compromisso com essa rotina, alimentação correta e não deixar o desânimo e o cansaço falarem mais alto. É desgastante, sofrível? Sim, porém “prazeroso”! Falas de quem já fez uma maratona. Eu, particularmente, ainda não fiz, mas confesso que tenho vontade, o que me impede, ainda, é esta dedicação integral.

No entanto, o contrário aconteceu com uma amiga: corredora de ponta, que já na primeira vez cravou nada mais, nada menos que 3h27 o percurso de 42 km. Letícia Velloso ficou com o 18º lugar na categoria geral feminino da Maratona da Cidade do Rio de Janeiro, que completou com louvor, inteira e feliz! E sabe qual foi o resultado disso? Viciou. No final da prova, com os olhos cheios de lágrimas e um sorriso que atravessava seu rosto inteiro, o que ela mais repetia era: "amei, quero mais".  Isso, porque no dia da prova a sensação, segundo ela, é que parecia que ia enfartar, tamanha era sua ansiedade. “Êxtase talvez seja a palavra que mais se aproxime do que senti naquele dia. Ver as pessoas na chuva, no frio e motivando os participantes, mostra a grandeza do ser humano. Já está comprovado que correr é um vício”, disse ela após a prova.

E não duvido! Porque sei como foi sua dedicação nos treinos e a vontade em conseguir una boa classificação chegava a motivar cada vez mais seus passos em cada km. O que não foi diferente com Simone Albanez, que também fez o percurso e chegou literalmente "viciada" na corrida! Cansaço? Nada! A adrenalina era tão grande e a dose de endorfina no corpo maior ainda que dores e fadigas nem passaram pelo pensamento e quem diria pelos músculos. 

O fato é que cada um tem seu tempo e objetivo, mas conseguir completar uma maratona implica em muitas coisas. Aqui, a sensação da conquista, do autocontrole, dos pensamentos positivos e, principalmente, do incentivo da mente com o corpo é o que valem e o que transforma essa descarga de energia tão viciante. No sentido mais lúdico, é o cérebro gritando para as pernas, pulmão e coração: "turminha, desiste não que só FALTAM mais 10 km". A notícia boa é quem uma hora os 10 km chegam e é aí que começa o círculo vicioso.

É o que diz a frase do maratonista checo Emel Zatopek: “se você quiser correr, corra uma milha. Se quiser mudar sua vida, corra uma maratona”. Tá aí! Quer mudar sua vida? Eu quero, um dia!

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