Trilhas: aproveite sem moderação

Trilhas: aproveite sem moderação

Quer conhecer uma praia, como aqueles “achados” que a gente nunca esquece? Então, caminhe cerca de três horas para chegar lá, pois a única forma de entrada a esse paraíso é através das pernas ou... barco. Gostou da ideia? Então movimente as panturrilhas, traga de volta a disposição (aproveite que o Carnaval já passou e mantenha o mesmo pique) e conheça essa praia chamada Bonete, no litoral da Ilhabela (SP). O acesso é feito através da Trilha do Bonete, com mais ou menos 24 km, entre ida e volta.



Os que já conhecem podem concordar: a praia é considerada uma das mais lindas e selvagens da Ilhabela. Fica a dica para quem não conhece. O passeio – de um dia – já vale pela Mata Atlântica, pois são cerca de quatro horas, com caminhada leve nas  trilhas escorregadias e muito, muito verde de encher os olhos. 

A praia é bem conservada e rodeada de mata nativa. Uns 15 minutos antes da descida a vista é impressionante. No Mirante do Bonete é fácil avistar um paredão enorme, descortinado, de rochedo, água azul cristalina, areia branca e uma mata nativa que circunda a praia, pequena, porém charmosa. Há moradores lá e uma pousada bem simpática, além de um restaurante simples que faz as vezes de quem curte sentar em um barzinho de frente pra praia, ideal para a prática do surf.



Já, para os mais aventureiros, que preferem uma boa sombra natural de árvores enormes, a praia é o lugar certo – tem até ducha de água doce para um banho antes da subida da trilha. A volta traz os mesmos prazeres, mas com um pouco mais de subida. Trechos lindos de plantas nativas, caminhos suntuosos, pedras e um pouquinho de barro fazem parte deste cenário revigorante. Com um pouco de força nas pernas dá para percorrer os 12 km em 2h30.

 

A parte boa é que o trajeto passa pela Cachoeira da Laje – linda por sinal e deliciosa para descansar. Lá tem o “tobogã de pedras”, que dá para brincar um pouco, voltar a ser criança e se esbaldar escorregando na água. Na primeira vez, o friozinho na barriga é sensacional, talvez pela sensação do “onde vou parar?”. Mas vale para lavar a alma e o suor da subida da trilha de volta.



A parte ruim? É, tem. São os borrachudos. A praia é cheia deles, a trilha também e na cachoeira... nem se fale. O repelente funciona, quer dizer, um pouco.  Se voltei picada? Bastante. Mas, mesmo assim dá para se perder de amores pelo lugar, que no final do dia se multiplica em uma cascata de prazer. 

O resultado depois? Um por do sol mais colorido, o esquecimento de qualquer decepção,  menos chatice no mundo, amnésia completa das contas que vencem no mês que vem (IPTU, IPVA e por aí vai)... até plantar bananeira fica mais legal. Além é claro, de um coração mais cuidado - em todos os sentidos! E como diz Maria Gadú, na música “Tudo Diferente”, “todas as trilhas caminham pra gente se achar..."

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