Estudo aponta que educação formal melhora função cognitiva de idosos

Estudo aponta que educação formal melhora função cognitiva de idosos

Uma pesquisa inédita da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), realizada no Brasil e no México com mais de 20 mil participantes acima de 50 anos, apontou que pelo menos quatro anos de estudo formal ao longo da vida são capazes de melhorar a função cognitiva das pessoas quando idosas.

 

O estudo, publicado na revista científica Alzheimer's & Dementia, avaliou os níveis de escolaridade e as funções cognitivas dos participantes, incluindo memória, atenção, raciocínio e linguagem. Os resultados mostraram que, em comparação aos analfabetos, os participantes com educação formal de um a quatro anos tinham menor risco de déficit cognitivo e demência.

 

Os pesquisadores acreditam que a educação formal pode ajudar a proteger o cérebro do declínio cognitivo à medida que envelhecemos. Isso porque o aprendizado estimula a formação de novas conexões neurais e a ampliação da chamada “reserva cognitiva”, o que pode ajudar a manter o cérebro ativo e saudável. “Podemos fazer uma analogia em relação a uma conta bancária: Quem tem um valor maior acumulado com o tempo, terá uma maior possibilidade de investimentos. Entretanto, nunca é tarde para iniciar novas ‘economias’, ou seja, novas atividades, que ampliem nossa reserva cognitiva”, comenta a médica geriatra Isabella Fioravante Freitas Passos (CRM 176-375 -  RQE 107852).

 

Recomendações para manter a função cognitiva em idosos

 

Além da educação formal, existem outras recomendações que podem ajudar a manter a função cognitiva em idosos, como:

 

Manter uma vida ativa e saudável: praticar exercícios físicos regularmente, manter uma dieta equilibrada e ter um sono adequado são essenciais para a saúde geral do corpo e do cérebro.
Manter-se mentalmente ativo: realizar atividades que estimulam o cérebro, como aprender novos idiomas, tocar um instrumento musical ou resolver quebra-cabeças.
Socialização: manter contato com amigos e familiares pode ajudar a reduzir o estresse e a solidão, que são fatores que podem prejudicar a saúde cognitiva.

 

“Novos desafios são muito bem-vindos, como aprender um idioma, tocar um instrumento, atividades de educação artística, bordados, oficinas de jogos, atividades religiosas, um nova formação acadêmica, podem contribuir para manter o interesse do idoso em se manter vivo, ativo e produtivo.” – Dra. Isabella Fioravante Freitas, geriatra.

 

A médica alerta que, até 2050, os casos de Demência de Alzheimer devem triplicar, podendo quintuplicar nos países de baixo e médio nível de desenvolvimento econômico, como o Brasil. Os principais fatores de risco para a doença são baixa escolaridade, perda auditiva e visual, hipertensão arterial, obesidade, idade acima de 65 anos e história familiar de Alzheimer.

 

“Uma maneira de retardar o processo da doença é a estimulação cognitiva constante e diversificada ao longo da vida. Entretanto, manter-se mentalmente ativo não é isoladamente suficiente. É necessário também manter acompanhamento médico regular para o controle adequado de doenças crônicas, realizar atividades físicas e priorizar uma boa alimentação”, aconselha Isabella. | Angelo Davanço

 

>> As informações contidas neste post não são um substituto para o aconselhamento médico profissional. Se você estiver com algum problema de saúde, procure um médico.

 

Você pode falar comigo enviando e-mail para [email protected] ou pelo Instagram @angelodavanco
 

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