Adote esta ideia

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Seja no interior ou nas capitais, a vida nas grandes cidades é bastante semelhante: o relógio um passo à frente do esperado, o trânsito tumultuado e a paisagem em constante transformação. Em Ribeirão Preto não é diferente. Por aqui, a cidade cresce em diversas direções — basta observar a quantidade de empreendimentos em obras ou lançados a toda hora — e vai ganhando tons de concreto e desenvolvimento. Neste contexto, praças, parques e até canteiros localizados em grandes avenidas tornam-se verdadeiros objetos de desejo. Nada seria mais eficiente na criação e na manutenção desses lugares do que o envolvimento de todos: da administração, da iniciativa privada e de cidadãos comprometidos. 

Segundo os dados da Secretaria do Meio Ambiente, Ribeirão Preto possui mais de 220 praças e áreas verdes — isso sem contar canteiros e parques municipais. E este volume só é representativo se cada um desses espaços estiver com a manutenção e a limpeza em dia. Para isso, o Município precisa que muitas engrenagens estejam alinhadas: a Secretaria do Meio Ambiente, na criação desses espaços, a Secretaria da Infraestrutura e a Coordenadoria de Limpeza, para a manutenção e a conservação. 

Mas apenas os esforços do Município não são suficientes. Isto porque as demandas de uma cidade como Ribeirão Preto são enormes, e seguem crescendo. É por isso que, mais uma vez, a participação da sociedade se torna fundamental.

Esse envolvimento já é comprovadamente eficaz. Basta olhar para o Adote uma Praça, parte do Programa Verde Cidade, cujo objetivo é justamente fazer com que a nossa paisagem ganhe tons mais coloridos, menos cinzentos. Já há mais de 37 áreas adotadas, seja por empresas, por associações ou por cidadãos comuns. Agora, a busca é por levar essa ideia a cada canto do Município.

Não faço parte da equipe do Meio Ambiente, que capitaneia o projeto, mas sou uma apoiadora da ideia, pois acredito em seu formato. Por isso, sempre que tenho a oportunidade, converso com as pessoas sobre ele. Não foram poucas as vezes em que ouvi o argumento de que, “como pagador de imposto, já estou dando minha contribuição”. A afirmação é justificável, especialmente no Brasil, um dos países onde mais se paga impostos no mundo. No entanto, não cabe no discurso de quem realmente quer ver a sociedade em que vive diferente. É o caso da arquiteta Fanny Takano Contart, com quem conversei, recentemente, sobre o Programa Verde Cidade.

Como eu, Fanny é uma defensora da atitude cidadã que ultrapassa os limites do dever, da obrigação. Sempre que tem a oportunidade, defende a participação ativa de empresas e de pessoas com que mantêm contato direto. Está lutando para ver os lugares onde circula mais arborizados e bem cuidados. Como eu também, a arquiteta sabe que essas áreas possuem, mais do que o evidente papel ambiental, uma importante função social: a de promover mais qualidade de vida aos moradores. Os espaços verdes, quando bem estruturados e preservados, podem ser um convite à prática esportiva, ao lazer, à socialização, entre outras atividades. 

Quando sugiro que todos se envolvam na construção de uma cidade mais verde, refiro-me a todos mesmo, especialmente ao setor público, grande responsável, como o próprio nome diz, por aquilo que é público. Mas não tenho dúvidas de que no momento em que a sociedade civil se une aos esforços da administração, qualquer ação se torna mais eficiente e transformadora.

Isabel de Farias
Secretária de Infraestrutura e Coordenadora 
da Limpeza Urbana de Ribeirão Preto

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