Amor ao próximo

Amor ao próximo

Em tempos de distensão política e de debates acalorados, parece que nada mais pode nos surpreender no Brasil. No domingo, o jornal Folha de S. Paulo produziu uma capa impactante sobre as 500 mil mortes pela Covid-19. Eu resolvi compartilhar essa publicação nas minhas redes sociais. Qual não foi a minha surpresa com os comentários ali postados.

O que mais causa repulsa é a falta de entendimento de algumas pessoas que se perdem em discussões sem nenhum sentido e não conseguem se condoer com a dor das famílias destroçadas por esse vírus. Vidas que foram perdidas por absoluta falta de gestão.

É inacreditável como o país vive uma disputa de surdos e de cegos. Pessoas completamente despreparadas falando como se tivessem passado a vida inteira estudando o assunto. Cientistas precisando justificar o seu saber. A falta de fôlego é real nos pacientes atingidos pela Covid-19, mas também é figurada pela exaustão a que chegamos com esse debate contraproducente.

Percebo que o discurso de ódio e os ânimos exaltados resultam em posicionamentos e opiniões colocados de forma grosseira e ofensiva. Há muito tempo não se trata de política, mas de humanidade, de gestão de crise, de posicionamento solidário. É disso que estamos precisando. Precisamos de empatia pela dor do outro — e quantos são os que têm sofrido com essa pandemia.

Precisamos de afeto, de olhares amorosos e de carinho pelo próximo, por quem está ao nosso lado, concordando ou não com qualquer visão que tenhamos da vida. Posicionar-se politicamente não tem a ver com grosseria ou violência, por isso, são desnecessárias as discussões ofensivas, em situações que podemos e devemos ser gentis.

Qual não deve ser a dor de perder um amigo, um pai, uma mãe, um irmão para uma doença avassaladora como essa? E qual não deve ser o sofrimento em ver que essas vidas queridas que se foram são, para muitos, consideradas apenas o saldo negativo natural de uma pandemia? Perdemos o direito de amar e de chorar.

Como acredito profundamente que estamos precisando praticar o amor ao próximo, encerro esta coluna sugerindo o filme “Paulo, o apóstolo de Cristo”, disponível na Netflix. Paulo era um dos perseguidores de cristãos mais cruéis do seu tempo, mas tudo mudou quando teve um encontro com o próprio Jesus. Uma história que cabe muito bem aos tempos de hoje, em que se reage à violência com violência, quando, na verdade, precisamos de paz.

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