Balanço necessário

Balanço necessário

Nunca fui adepta da autorreferência e sempre procurei manter meu olhar crítico voltado, em primeiro lugar, a mim mesma. Acredito, sinceramente, que reconhecer nossas próprias falhas e limitações é a única forma de ligar o senso de justiça no momento de observar o outro. Apesar das inúmeras mudanças a que me submeti nos últimos 12 meses, quando aceitei me colocar em um papel ainda inédito, à frente de um trabalho que me exigiria um novíssimo e amplo aprendizado, imaginei que estava diante de uma enorme transformação. No entanto, minhas suposições não me fizeram chegar nem perto do que estava por vir. Para dar conta, resgatei valores e princípios dos quais não me separei mais. Apenas por isso foi possível me deixar conduzir pelo fluxo da nova rotina.

Diante de tantas mudanças, a primeira conclusão a que cheguei foi a de que era imprescindível aprender a reconhecer a hora certa de manter ou modificar posturas. Um ano depois do trabalho iniciado, entendo que devo expor de que forma enxergo a experiência até aqui, o que mudou e o que permaneceu intocado em relação a crenças e posicionamentos. Peço licença, portanto, para recorrer à tal autorreferência,  sempre atenta para não colocar de lado o olhar crítico para mim mesma.

Conforme publicado no Diário Oficial, estou secretária de Infraestrutura desde 28 de novembro de 2013 e, até hoje, ouço a mesma pergunta, referente aos motivos que me levaram a aceitar este desafio. Já procurei responder a ela de várias formas, mas parece que a simplicidade das minhas razões assusta: neste mesmo espaço, inclusive, justifiquei que o convite foi aceito por uma necessidade pessoal de tentar devolver à cidade, em forma de trabalho, um pouco daquilo que recebi desde que cheguei por aqui, há mais de 28 anos.

O motivo parece ingênuo, e realmente é, mas não me soa pequeno ou insuficiente. Para quem esteve do lado de fora até então, as soluções sempre pareceram mais simples e possíveis. Resolvi, portanto, partir para a ação, o que mudou, significativamente, meu ponto de vista sobre uma série de coisas. Apenas depois de integrar a equipe da administração municipal é que passei a ter condições de avaliar as questões públicas de maneira integral. Afinal, são tantos os meandros internos e tamanha a burocracia que o tempo, por exemplo, ganha outra velocidade do lado de dentro.

Voltando ao propósito que dá nome a este texto, aproveito para fazer um brevíssimo balanço do que aconteceu no último ano, no que diz respeito às minhas funções públicas. Incialmente, aproveitei o último mês de 2013 para me informar sobre tudo aquilo que estava relacionado à Infraestrutura. Com o perdão do trocadilho, o que encontrei foi uma Secretaria pouco estruturada, mas com uma equipe disposta a fazer diferente, melhor. Só por isso foi possível avançar rumo a um trabalho efetivamente positivo. Entre as prioridades, o asfalto sempre ocupou lugar de destaque, e assim continua sendo. Apesar de ainda haver muito a ser feito, foram dados passos importantes, como a conquista de recursos provenientes do Ministério das Cidades para o recapeamento de Ribeirão Preto, a parceria que está iniciando um trabalho de diagnóstico sobre o pavimento do município e o início do processo de recapeamento de importantes avenidas.

Antes mesmo de completar a primeira metade do ano, acumulei a gestão da Coordenadoria de Limpeza, o que, de fato, me pareceu adequado, uma vez que o trabalho ali desempenhado está intimamente ligado à Infraestrutura. Nesta pasta, outros projetos, como o retorno da coleta seletiva à pauta de prioridades e a possibilidade de aliar o papel social à limpeza da cidade, enchem nossa equipe de orgulho e a mim também. Haveria muito mais a ser dito, mas, com esses exemplos, imagino ter deixado claro que o trabalho, apesar de ainda incipiente, está caminhando na direção certa.

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