Cabo de guerra

Cabo de guerra

Na última semana, escrevi sobre o posicionamento do vereador Fabiano Guimarães, em meio às negociações entre Sindicato dos Servidores Municipais e Prefeitura de Ribeirão Preto. Os servidores pedem um reajuste de 13%, enquanto o prefeito Duarte Nogueira afirma que só poderá conceder 4,69% em três parcelas. Guimarães defendeu o Plano de Demissão Voluntária (PDV) e eu citei a medida como uma das possíveis ações para se pensar em um cenário onde é necessário reduzir a folha de pagamento e cortar despesas.

Naturalmente, recebi mensagens favoráveis e contrárias ao conteúdo desta coluna. Houve quem concordasse com a defesa de alguns argumentos do vereador, mas também houve quem discordasse. Tive a oportunidade de trocar mensagens com alguns leitores sobre o assunto e o que pude perceber é que, enquanto não houver uma disposição para entendimento da outra parte, os problemas continuarão a se sobrepor.

Fato é que Ribeirão Preto vive tempos tormentosos política, administrativa e economicamente. Os 100 dias iniciais do prefeito Duarte Nogueira se passaram e, para alguns, esse período foi sinônimo de decepção. Há quem acredite que Nogueira poderia ter feito mais, mas é preciso considerar a situação em que estava a cidade quando o prefeito assumiu.
Devastada por uma Operação Sevandija que revelou os meandros mais inescrupulosos da política, Ribeirão Preto tenta se reerguer e se restabelecer diante de tantas dificuldades. É notória a falta de recursos públicos para investimentos, ou até mesmo para a prestação de serviços básicos na cidade.

Volto a escrever: é preciso pensar em um conjunto de medidas que mudem os rumos da cidade na contenção de despesas. Se é um PDV, se é o corte de cargos comissionados, se é a redução de gastos com combustível, energia e água, se é a diminuição das horas extras, é fundamental tomar alguma atitude enérgica diante do quadro em que está a cidade.

Não será uma medida isolada que fará a diferença nos cofres do município e no futuro de Ribeirão Preto. É preciso um conjunto de ações, uma série de medidas estruturadas, como aquilo que foi proposto pela equipe de transição do atual governo.

No atual cenário, servidores se sentem injustiçados por terem uma oferta de reajuste abaixo do esperado e sentem como se estivessem pagando a conta da corrupção. Do outro, a administração apresenta argumentos sólidos para não conceder um aumento acima da inflação do ano.

Há um debate em curso. Enquanto isso, há uma cidade paralisada, cujas rédeas precisam ser retomadas. Como naquelas brincadeiras de crianças, o cabo de guerra, a corda não sai do lugar enquanto cada um puxar para um lado, a menos que um deles seja mais forte. Que vença Ribeirão. 

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