Cuidemos do que é nosso

Cuidemos do que é nosso

Por mais que os caminhos percorridos me levem a novos ângulos de visão sobre o mesmo objeto, em algumas ocasiões, os mesmos ingredientes continuam ali, compondo a cena. Nesse caso, um cenário nada agradável continua no centro do olhar, incomodando o suficiente para me levar à ação novamente.

Como moradora e empresária do Jardim Irajá, circulo constantemente pelo bairro, por onde continuo a ver lixo, galhos e outros descartes que não deviam fazer parte da paisagem urbana desordenadamente. Movida pelas mesmas convicções que me fizeram participar do lançamento do projeto Verde Cidade, que propõe cuidar das áreas verdes públicas da cidade em parceria com o setor privado e os cidadãos, pedi um levantamento das praças e dos canteiros do bairro. Da mesma forma, listei empresas da região, com o intuito de unir as duas ações em uma iniciativa cidadã.

Descobri que são 10 as áreas que demandam de cuidados, incluindo o canteiro central da Av. Senador César Vergueiro, sendo elas localizadas nos endereços listados abaixo:

• Rua Chile com Rua Thomaz Nogueira Gaia;
• Rua Heitor Chiarello;
• Rua Cavalheiro Torquato Rizzi;
• Av. Leais Paulista;
• Rua João Gomes da Rocha;
• Rua Lídio de Oliveira Valada c/ Rua Capitão Jarbas Vieira de Souza;
• Rua Antônio Uchoa Filho c/ Rua Triunfo;
• Av. Sen. Cesar Vergueiro c/ Rua Soares Romeu;
• Rua Miguel Salim c/ Rua Álvaro Paiva;
• Rua Thomaz Nogueira Gaia c/ Rua Dr. Antônio Uchoa Filho.

Na outra ponta, parti para reuniões com os empresários do bairro para defender o estabelecimento de uma parceria que nos permitisse cuidar desses lugares mediante a contratação de uma empresa especializada. Para a minha grata surpresa, a receptividade das pessoas com quem conversei tem sido a melhor possível. Impressão semelhante teve o empresário Stélio Robusti, que encampou uma iniciativa semelhante na Av. Itatiaia e também tem sido bem-sucedido.

Sonhando ainda além do já ambicioso, mas possível, espero ver todo o bairro onde estamos inseridos bem cuidado e enriquecendo a paisagem local. Imagino a ocupação desses espaços públicos, especialmente pelas crianças e pelos idosos, que precisam de locais agradáveis para socializar. Isso pode vir a ser feito através de parcerias com os grupos culturais de Ribeirão Preto.

Mais uma vez, reforço que uma ideia como esta não exclui a responsabilidade da administração municipal sobre os espaços públicos. De fato, a população já está cumprindo sua parte quando paga, mesmo a duras penas, os impostos de um país reconhecido por sua enorme carga tributária. Por outro lado, a degradação desses locais não é uma exclusividade do tempo — aquele com a passagem dos ponteiros do relógio ou os efeitos das estações do ano. Portanto, a população também tem sua parcela de responsabilidade pela deterioração.

E continuará a ter enquanto não se sentir dona do que é público, o que só ocorrerá quando, efetivamente, ocupar esses locais. Está criado aí, um ciclo que ainda não é, mas pode ser tornar virtuoso. Convido a todos os cidadãos interessados em mudar a lógica que ainda impera no país — de que, se todo mundo suja, descarta, estraga, etc, não vou me preocupar — a ser justamente o agente dessa mudança nas regiões onde vive ou trabalha. Posso afirmar que não pretendo desistir dessa missão no meu bairro.

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