Da importância da literatura
Tenho observado que, nos últimos tempos, cresceu consideravelmente o número de clubes de leitura no nosso país. As editoras criaram um novo modelo de negócios bem interessante que tenta ampliar a rede de leitores com ofertas atrativas para quem gosta de um bom livro.
Já se falou tanto sobre a importância desse hábito da leitura, do quanto ler é um gesto poderoso para expandir a mente. Quem lê melhora o vocabulário, aumenta a capacidade de fazer conexões. É uma experiência que só melhora as nossas capacidades de lidar com os problemas que nos acompanham a vida toda.
E é impressionante como essa ainda é uma luta dentro das escolas e das famílias: a tarefa de formar um leitor a partir da infância. Há in contáveis técnicas e vídeos que encontramos na internet sobre como devemos começar essa jornada de leituras.
Vou me juntar a essa turma para também acrescentar uma pitada de entusiasmo em quem pretende colocar essa ferramenta a favor de uma melhor qualidade de vida. Hoje conhecemos a importância dos exercícios físicos e de uma boa alimentação para uma vida mais saudável e prazerosa. Acrescento aqui mais um ingrediente para essa vida boa: um bom livro, uma boa história contada por um bom escritor. O universo das possibilidades está à disposição: que tal um bom conto, uma boa crônica? Quem não se entusiasma com um Rubem Braga?
Os livros podem ser como nós: mais leves, mais densos, mais difíceis, mais misteriosos. Eles têm a capacidade de nos tirar do nosso mundo e nos fazer percorrer outros universos. Afinal, quanto mais interesses nós temos, mais nos tornamos interessantes. Um bom livro é parecido com a experiência da aventura humana. Estimula a inteligência, incentiva conexões.
Uma vez assistindo a uma palestra do educador Celso Antunes, três afirmações me chamaram a atenção. A questão era “como o cérebro aprende”. Celso afirma vaque o conhecimento precisa ser apropriado — é preciso transformar o que se aprendeu e dar uma nova cara àquilo. Nós só aprendemos o que se decodifica, o que faz algum sentido interno, aquilo que já está dentro de nós.
Muita gente comenta que lê e logo esquece. O que estamos lendo precisa de significação. É o momento em que fazemos associações com o que, de alguma maneira, está ligado às emoções. A emoção é a porta de entrada da memória.
Fica a dica: começar a ler é como um bom hábito que precisamos começar e logo vira um ato prazeroso, porque certamente nos conecta com o que tem valor para as nossas vidas.