Dores da pandemia

Dores da pandemia

Tenho acompanhado o quanto esse período da pandemia provocou distúrbios emocionais em grande parte das pessoas. O isolamento, a proximidade com uma doença desconhecida e a morte de pessoas próximas trouxeram um mal-estar emocional muito forte para o íntimo de cada um de nós. De maneira mais intensa, algumas pessoas tiveram problemas para dormir, outros desenvolveram uma melancolia e outras depressão, síndrome do pânico e ansiedade. Um quadro doentio que se generalizou nas famílias.

Claro que cada caso é um caso, mas os estudiosos já observam um movimento na sociedade deste mal-estar. Acho que os motivos desse fenômeno generalizado até podem ser explicados: ficar privado do convívio social por tanto tempo era previsível que causaria em cadeia surtos de doenças psicossociais.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país que tem a maior prevalência de depressão na América Latina e é o mais ansioso do mundo. É reconhecido pelos psiquiatras que a solidão é um gatilho para os transtornos de humor. Não é fácil conviver com a gente mesmo, nos depararmos com os nossos próprios dramas e fantasmas que carregamos na nossa jornada. Como diminuir ou minimizar o sofrimento psíquico é a obrigação que temos conosco e com os mais próximos. Talvez uma escuta de um problema de um amigo, ou falar para alguém mais próximo sobre o que nos angustia pode ser um bom começo. 

Acredito que tem algumas dicas preciosas que os especialistas da saúde mental e os que ajudam a cuidar do espírito estão sempre falando nos veículos de comunicação que valem sempre reiterar: lembrar que não estamos sós, sempre tem alguém da família ou algum amigo que poderá servir de ombro amigo nas nossas tristezas; que estamos vivendo tempos de exceção, é uma pandemia nunca antes vivenciada nesta intensidade; se observar, prestar atenção às suas demandas internas e, por fim, limitar um pouco o tempo voltado para as redes sociais e tentar buscar prazeres em outras atividades: como um bom livro, filmes, séries, música, jardinagem, enfim, uma infinidade de outras atividades que nos deem prazer. Pode ser um bom começo para sair desse estresse emocional que todos nós, de maneira menos ou mais intensa, estamos vivenciando. 

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