É primavera

É primavera

Sempre gostei do mês de setembro. Talvez por ser o mês do meu aniversário, mas acho que gosto mais por ser o mês que inicia a primavera. Uma estação que está associada às flores, a um período mais ameno — mesmo com as estações tão disparatadas — e a um tempo em que a cidade fica mais florida, mais colorida. 

Eu, particularmente, gosto muito de flores. Não tenho nenhuma preferência. Não acho que tenha algo mais bonito do que um ipê florido: o roxo, o rosa, o branco, o amarelo. As exórias coloridas são capazes de enternecer até os mais durões.

A minha reflexão desta semana vem em um momento em que estou pensando muito sobre a questão do envelhecimento. Um momento em que uma notícia passou completamente despercebida, em rodapé das páginas dos jornais, que mostrava que o homem que viverá até os 120 anos neste mundo já nasceu. 

Sempre me interessei muito sobre essa questão da longevidade. Acho que sempre falei e comentei com os amigos mais próximos sobre como a vida é um sopro. Como tudo passa tão rápido. Acredito que “O Tempo”, poesia do Mario Quintana, diz muito sobre isso:

“O Tempo

A vida é o dever que nós trouxemos 
para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas! 
Quando se vê, já é sexta-feira! 
Quando se vê, já é natal... 
Quando se vê, já terminou o ano... 
Quando se vê perdemos 
o amor da nossa vida. 
Quando se vê passaram 50 anos! 
Agora é tarde demais para ser reprovado... 
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, 
eu nem olhava o relógio. 
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo 
caminho a casca dourada e inútil das horas…”

Acho que essa questão está posta até mesmo para os mais jovens. Essa sensação de que o tempo está cada dia mais fluido. O tema que se impõe é sobre como viveremos esse tempo tão curto com qualidade e algum propósito.

Se fizermos uma pesquisa com boa parte da população sobre o que elas querem da vida, encontraremos aquela tradicional resposta: ser feliz. E nessa minha primavera me peguei pensando: afinal o que é essa tal da felicidade?

Os estudiosos da mente humana dizem que não é possível viver em estado de eterna felicidade, o que temos são momentos felizes. Que precisamos da tristeza e de outros sentimentos para entender o que é estar feliz.

Existe uma linha da psicologia que já estuda a ciência da felicidade. Há um documentário chamado Happy, disponível no Netflix, que mostra que ser feliz não está associado a bens materiais, que tem muito mais a ver com o funcionamento do nosso cérebro. O filme mostra um homem com uma vida bem miserável em Calcutá que se sente feliz com aquilo que tem.

Segundo especialistas, para conhecer melhor a ciência da felicidade é preciso entender como o nosso cérebro registra o tempo. De novo, o tempo Para eles, o presente não existe. Tudo vira passado em segundos. O que fica está armazenado na nossa memória. Para que nos sintamos felizes no presente, algo de bom precisa acontecer conosco o tempo todo. E o criador dessa teoria é o psicólogo Daniel Kahneman - imagine só, Prêmio Nobel de Economia – que tenta entender o funcionamento do nosso cérebro.

Não terei espaço aqui para discorrer sobre a teoria da psicologia positiva, mas vale a pena pesquisar e tentar compreender os estudos feitos e a teoria que Kahneman elaborou. Em meio a tudo isso, termino esta reflexão com uma imagem que vários amigos me marcaram no Facebook. 

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