Em movimento

Em movimento

O ano definitivamente começou, a despeito dos acontecimentos futuros já previstos: Carnaval, copa do mundo e eleições. Algumas pausas pela frente, alguns momentos tumultuados que podem surgir, mas o fato é que 2018 já segue em pleno e rápido curso.

Para anunciar o que a Revide preparou para os próximos meses, realizamos um café da manhã para agências de publicidade e assessorias de comunicação, na última terça-feira, 23 de janeiro. A proposta era conversar com os profissionais que vivenciam uma rotina semelhante à nossa para trocar ideias e mostrar os caminhos que consideramos possíveis e viáveis no ano que se inicia. Em uma breve apresentação, comentei sobre os cenários político e econômico que vivenciamos e quais as nossas propostas para um trabalho ainda mais focado.

Não há como esquecer os anos de 2015 e 2016 – embora 2017 também tenha carregado resquícios daquela que foi considerada a pior crise dos últimos anos no País. Impeachment, aumento do desemprego, alta nos juros, desaceleração da economia e, consequentemente, queda nos investimentos. Esse foi o cenário que todos começamos a vivenciar efetivamente há três anos. Tantos problemas e tanto descrédito pareciam não ter fim e há quem acredite que a solução ainda esteja distante. 

Eu já pertenço ao grupo dos otimistas, que acreditam numa retomada do Brasil a partir de alguns índices que começaram a ser destacados, como a previsão de queda da Taxa Selic e crescimento de 2% do Produto Interno Bruto, segundo o Boletim Focus.

Otimismo, por si só, no entanto, não é a solução completa para o problema. Sobreviver em um mercado ainda retraído é o desafio que só pode ser superado com muito trabalho e reinvenção constante. Talvez a comunicação sofra ainda mais em meio a tanta instabilidade econômica. Nesse segmento, a dificuldade que enfrentamos não é apenas financeira: fomos acometidos por uma crise existencial no setor, que nos exige criatividade e muito – mas muito – empenho. Qual é o futuro do jornalismo? Ninguém sabe responder.

Seria arrogante reiterar o sucesso da Revide em razão dos nossos mais de 30 anos de história e deixar que essas três décadas falem por si. Nunca fiz isso, por acreditar que, em um mundo em constante transformação, temos muito a aprender com as novidades que aparecem e com as pessoas que despontam. Mesmo depois de tanto tempo à frente da empresa, encaro cada dia de trabalho como o mais importante do calendário e cada decisão, de qualquer projeto, como a mais significativa. Acredito que, mais efetivo do que ser levado pela maré, é remar para aonde queremos chegar, mesmo que contra o fluxo.

Na comunicação, esse fluxo segue em direção à popularização da produção de conteúdo: com uma câmera ou apenas um perfil em rede social, qualquer pessoa pode publicar o que bem entende, a hora que quiser. Pode, inclusive, copiar textos produzidos por veículos de comunicação e disponibilizar, gratuitamente, aquilo que as empresas de jornalismo gastam dinheiro para produzir. 

Vivemos o dilema do preço do bom jornalismo. A Revide, todas as nossas revistas customizadas e o Portal possuem distribuição e acesso gratuitos. Não cobramos pelo conteúdo disponibilizado, mas a equipe, de 53 pessoas, precisa ser remunerada pelo trabalho que desempenha. E é aí que está o impasse. Qual será a saída para a conta fechar? Tenho para mim que nenhuma empresa do ramo descobriu a resposta definitiva.

Apesar do crescimento das mídias digitais, ainda acredito em uma longa vida dos veículos impressos e tenho comprovado essa percepção a partir do resultado de nossos produtos no mercado, que felizmente têm credibilidade e caíram no gosto dos parceiros e de milhares de leitores.

Fato é que o comportamento humano é mais incerto que a economia. O que vamos preferir nos próximos anos – e, principalmente, o que vai interessar aos mais jovens – ainda é totalmente indefinido. É como aquela frase, atribuída a Albert Einstein, que diz que a vida é como andar de bicicleta. Para ter equilíbrio, temos de nos manter em movimento. Acredito profundamente nisso: sejam quais forem as dificuldades e incertezas, ficar parado diante delas deve ser a última opção.   

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