Enthousiasm

Enthousiasm

Um dos sentimentos que sempre me acompanhou durante essa minha jornada foi o entusiasmo. Sempre gostei de gente entusiasmada e dizem que quando gostamos de alguma coisa, tentamos espelhar isso na nossa vida, no nosso jeito de ser. Daí, fui pesquisar sobre o que significa ser uma pessoa entusiasmada.

Comecei pela origem da palavra grega Enthousiasmos, que vem de duas palavras: En e Theos. En significa dentro. Theos significa deus. Assim, enthousiasmos significa, literalmente, ter um deus dentro de si.

Acredito que quando estamos entusiasmados, animados por alguma coisa ou por alguém, ficamos tomados de alegria e, quando estamos assim, parecemos estar em um certo estado bruto, forte. É quando temos a certeza de que nada vai nos abater ou nos fazer desistir. A sensação é que temos o mundo dentro de nós.

E eu me lembrei disso justamente na semana em que a Revide completou os 35 anos de história. Desde aquela primeira ideia, do sonho de fazer algo diferente até essa edição de número 1072, o que sempre permeou a minha alma foi um entusiasmo pelo que estava fazendo. Pensar um novo projeto, desenvolver essa nova ideia e percorrer o caminho até ver aquela ideia virar algo palpável. Foi isso que me trouxe até aqui. Até em tempos de disrupção do nosso jeito de trabalhar, de produzir notícias, do fazer jornalismo, isso tudo consegue me entusiasmar. Sinto como um novo e bom desafio a ser vencido.

Desânimos, cansaços, medos e tantos outros sentimentos vêm acompanhados desse mesmo entusiasmo. O que sempre busco alimentar é o que me dá vida e coragem para continuar seguindo.

Ainda na minha busca por explicações: achei outras duas palavras que abrem o livro O Manual de Epicteto, que podem dizer sobre como construir um espírito mais resiliente para passar por tempos tão difíceis: Anéchou (suporta) e Apéchou (abstém-te): "se alguém tomar a peito estas duas palavras e as velar através do governo e da observação de si mesmo, na maior parte do tempo não cometerá faltas e viverá uma vida tranquilíssima". Ele fala, ainda, de dois vícios graves e perniciosos: “a impaciência e a incontinência, quando ou não aguentamos os sofrimentos que devem ser suportados, ou não nos abstemos de coisas e desejos em relação aos quais devemos nos abster”.

Quem sabe, entre os vícios e as virtudes, podemos aprender a achar o melhor caminho para uma vida boa. E praticar o entusiasmo no mais banal das nossas vidas com certeza poderá ser também um bom caminho a seguir. Espero continuar fazendo a revista com o mesmo entusiasmo dos primeiros 35 anos.

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