À espera do novo

À espera do novo

Como não poderia deixar de ser, a escolha do novo prefeito de Ribeirão Preto move esta coluna. Não por motivos políticos ou opiniões partidárias, mas pelo trabalho que terá à frente o novo chefe do Executivo da cidade a partir de janeiro de 2017.

Dizem que palpite, se fosse bom, seria vendido. Ainda assim, sinto-me no dever, como cidadã, de usar este espaço para elencar algumas posturas que imagino serem imprescindíveis para a cidade nos próximos anos. Há muito a ser feito e corrigido, mas tenho plena convicção de que algumas medidas podem reger um bom trabalho no comando da cidade.

Acredito na transparência como principal ferramenta para um bom governo. Talvez essa tenha sido a mais valiosa lição que aprendi em quase dois anos como secretária municipal. Quando digo transparência, não falo apenas de números, dados apresentados em documentos que mostram para onde foi o dinheiro. Falo da transparência de ações, de absorver os investimentos e comprová-los, dia a dia, no desenvolvimento da cidade.

Se o cidadão não conhece o funcionamento da máquina pública, se não participa das decisões de um governo e se não se sente parte da cidade pode deixar de se importar com o bem comum. E há como culpá-lo? A sociedade está apartada dos grandes projetos do município. Há um distanciamento assustador entre os governantes e os governados que precisa mudar. O que faz a política ser pública é justamente o diálogo com a população.

Já escrevi sobre isso outras vezes e costumo insistir no assunto, pois acredito profundamente que a mudança no estilo de gestão é o que pode fazer a diferença em Ribeirão Preto – e em tantas cidades do Brasil.

Na prática, além do diálogo, há muitos problemas que precisam ser solucionados. A infraestrutura talvez seja um dos mais visíveis pelos moradores da cidade. Os tão famosos buracos e o trabalho de recuperação asfáltica. 
Faltam recursos e o modelo atual é equivocado, sem o recorte correto e o material necessário. Quando estive na Secretaria da Infraestrutura, conhecer profundamente o trabalho de qualidade feito por uma equipe da Escola de Engenharia da USP de São Carlos. Percebi o que seria possível fazer com um Sistema de Gerenciamento da Pavimentação Urbana (SGPU), que seria alimentado com dados sobre o asfalto da cidade, condições, idade e qualidade, para assim se fazer um planejamento consistente de recuperação.

A pavimentação de Ribeirão Preto é antiga e seria necessário uma intervenção em grande parte da cidade, com um trabalho feito, principalmente, em conjunto com o DAERP – algo que não tem acontecido. Não há a menor possibilidade de fazer a recuperação em qualquer via da cidade para que depois tudo seja destruído para o conserto de vazamentos ou reparo em tubulações. Pode parecer inacreditável, mas isso acontece com certa frequência na cidade. É desperdício de tempo e de dinheiro público. Algo que precisa ser revisto com urgência.

Entram aqui outras medidas importantes que também precisam de atenção do novo prefeito, como o reequilíbrio das contas em um governo cuja folha de pagamento de servidores públicos oscila em mais da metade do orçamento municipal e fornecedores estão com pagamentos atrasados há meses. Isso sem falar na revisão dos contratos em secretarias de suma importância, como Saúde e Educação. 

A nós, moradores e entusiastas do sucesso da cidade, resta cobrar por ações que sejam condizentes a todo esse cenário que parece não ter saída, mas tem. Com trabalho e atitudes corretas, Ribeirão Preto poderá se reerguer. É o que esperamos. 

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