Futuro de oportunidade

Futuro de oportunidade

Gosto da ideia de ter ideias. Acho interessante como temos a capacidade de refletir sobre diversos assuntos nos mais diferentes momentos. Eu, por exemplo, costumo pensar e conversar comigo mesma, internamente, em diversas atividades. Quando corro, quando vou à missa, quando ouço música ou quando estou prestes a dormir. Nas vezes em que decido meditar, então, é sempre um sufoco: vários pensamentos insistem em surgir em minha cabeça e eu tento me manter concentrada. 

Foi numa dessas reflexões que começou a nascer a ideia da Revide Ancienne, nova revista que lançaremos em julho, dedicada ao público com mais de 60 anos. Descobri uma publicação norte-americana, chamada AARP (de uma associação de aposentados) que possui tiragem de mais de 23 milhões. Foi esse dado que me chamou a atenção e me fez pesquisar mais sobre o mercado da terceira idade. A partir de alguns estudos, cheguei à conclusão de que seria uma boa oportunidade para produzir conteúdo a uma faixa-etária interessada em temas relevantes e que ainda possui apreço pelo papel impresso.

E é impressionante como os acontecimentos da vida, por mais despretensiosos que pareçam, estão conectados e parecem nos liderar a algum lugar. 

Há cerca de um ano, li um livro que já citei por aqui: “Ikigai – Viva bem até os cem”. Dois jornalistas foram buscar a resposta da vida longa no Japão, para saber como podemos viver mais e melhor. A resposta é que há um estilo de vida por trás dessa longevidade: a maneira como lidamos com nossas experiências, como tratamos os mais próximos e, principalmente, como tratamos as frustrações, são alguns dos destaques descobertos para uma vida longa e feliz. “Ikigai”, segundo a cultura oriental, é aquilo que dá sentido à vida. 

No momento daquela leitura, minha reflexão estava mais centrada num interesse pessoal do que em algum projeto profissional. Tempos depois, no entanto, assisti a um TED Talks com Abílio Diniz (que, por sinal, recomendo). Ele conta que começou a envelhecer aos 30 anos e chegou aos 82 com vitalidade e uma enorme vontade de iniciar novos projetos. O empresário montou, inclusive, uma plataforma para tratar desses assuntos relacionados a um envelhecimento com qualidade. Em seguida, outro TED Talks me foi indicado. Nele, uma jovem senhora, Helena Schargel, conta como começou seu novo negócio aos 70 anos — pasme: uma linha de lingeries.

Com tantas referências e ideias na cabeça, convidei um grupo pequeno para compartilhar o projeto inicial da Revide Ancienne. Percebi o quanto esse universo era rico e como o tema do envelhecimento é contraditório: ao mesmo tempo em que está muito claro que a sociedade está envelhecendo, é difícil encontrar o tom para tratar de assuntos não tão aprazíveis (como a limitação do corpo) de uma maneira propositiva.  

Entrou aí a empatia e a confluência de ideias com dois queridos amigos, a Maria Claudia Gottardi e o José Breda Ferreira, casal que comanda a Agência NW3. Ambos entenderam e viveram a ideia desse produto maravilhosamente bem, junto com a dupla de criação Sérgio Garrido e Leonardo Junqueira. O que parecia tão distante da realidade, ainda como um projeto em minha cabeça, ganhou materialidade e identidade, que vocês poderão conferir a partir desta edição da Revide, com a delicada campanha criada para lançamento da revista Ancienne.

Com essa nova publicação, acredito que estamos prontos para contar histórias e detalhar experiências que farão toda a diferença, também, aos que estão no início da vida adulta. Essa nova leitura, que em pouco mais de um mês estará disponível, poderá modificar hábitos sobre como encarar a vida.

Com a Revide Ancienne, os jovens de hoje terão muitos bons exemplos da tal geração 60+ para seguir. E o nosso público, o chamado idoso, terá a certeza de que essa fase da vida não é o início do fim, mas uma etapa que pode ser vivida em sua plenitude, com bons hábitos e completa felicidade

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