Mais um desafio

Mais um desafio

Dificil para mim desistir. Desde a mais tenra idade, tinha muitas dificuldades em aceitar que não dava conta de fazer algumas tarefas ou que aquilo que eu tinha me proposto a fazer, não tinha dado certo. Acho que assumir que não lidava bem com as frustrações foi a minha primeira grande lição. Foi duro aceitar que não era onipotente. Anos depois, percebi que estava aí um assunto que tinha que resolver. Não só lidar com as perdas, mas também com o fracasso.

Foram anos de terapia e sei que aquela onipotência lá detrás trazia no bojo um narcisismo que eu tinha que aprender a lidar com ele. Falar que está controlado pode até significar aquela mentirinha que contamos para nós mesmos para continuar seguindo em frente. Sei que falta ainda uma boa estrada a trilhar para que este sentimento, tão meu e tão humano, consiga conviver com a realidade da minha vida.

Sei que faço a minha parte, mas é muito triste reconhecer os nossos limites. Limites do outro, que pode ser aquele grande amor, o melhor amigo ou alguém da família muito querido, que não corresponde ao que esperamos, mas que temos que respeitar e esperar o tempo de cada um.

Neste momento da minha vida, vivo isso numa intensidade absurda. Lembro da declaração do Papa Francisco quando ele diz que “temos que ser revolucionários.” Essa colocação mexeu comigo, porque busco ser revolucionária a cada dia na minha vida, vencendo os medos e as barreiras impostas não pelo mundo, mas muito por mim mesma.

O momento agora é de avançar, estou assumindo mais um desafio  na Prefeitura de Ribeirão Preto no cargo de secretária de Governo. Quando comecei a minha experiência na administração pública, tive muitas dificuldades por tudo ser muito diferente do que estava acostumada na iniciativa privada, trabalhando na minha empresa. Assumi a Secretaria da Infraestrutura em condições desfavoráveis, poucos recursos e com muita falta de equipamentos para que pudéssemos desenvolver um bom trabalho. Aceitando este novo desafio, acredito que poderei ajudar na articulação entre as secretarias da Prefeitura e também com a sociedade. Sempre defendi uma maior participação da comunidade nas decisões que interferem nas nossas vidas. Acredito que conhecendo o funcionamento da máquina publica, podemos achar caminhos, discutindo melhor quais as prioridades e como podemos fazer isso em conjunto. Sei mais uma vez que será difícil, mas não será impossível buscar de maneira objetiva e clara os caminhos que poderão ser percorridos.

Este meu tempo na vida pública tem sido uma das melhores experiências da minha vida, buscar ser produtiva e com muita crença que podemos mudar o que não está bom. Temos que fazer pelo menos a nossa parte. É nisso que eu acredito.

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