O bem de conhecer

O bem de conhecer

Sempre me interessei pelo conhecimento. Tenho para mim que procurar saber sobre aquilo que desconhecemos, ou aprofundar as informações sobre algo que nos interessa, pode fazer a diferença para levarmos uma vida mais significativa. Até já escrevi sobre essa ideia algumas vezes e acredito, profundamente, que há sempre um caminho novo, no desconhecido, que pode nos interessar.

Nesta semana, estive em um centro budista de Ribeirão Preto para entender um pouco mais sobre os ensinamentos da religião. Descobri a reunião na BSGI Ribeirão Preto, intitulada “Como praticar o budismo”, por uma publicação no Facebook. A ideia seria ir até lá para conhecer os ensinamentos e as ideias.

Sou católica por origem familiar. Desde muito nova frequento a igreja e esse é um hábito que carrego durante toda minha vida. Atualmente, toda semana, frequento a missa da Catedral Metropolitana. Minha ida ao centro budista não tem a ver com conversão – inclusive porque já frequentei centros espíritas, por exemplo, sempre acreditando em uma força maior que pode nos conduzir para o caminho da serenidade. Essa busca está relacionada à qualidade de vida que procuro ter.

O primeiro fato que me chamou a atenção na ida ao BSGI foi a quantidade de pessoas que estavam naquele encontro pela primeira vez, assim como eu. A busca por respostas, alento e uma forma de vida mais adequada e agradável, realmente, tem levado muita gente a pesquisar sobre caminhos diferentes.

O princípio básico do budismo, recitado e repetido nas cerimônias, é o nam-myoho-renge-kyo, a realidade fundamental que permeia todos os fenômenos do Universo. “Nam” significa devotar a própria vida”, “myoho” indica que o mistério da vida é de profundidade inimaginável, “renge” significa flor de lótus, que representa a relação simultânea de causa e efeito, enquanto “kyo” quer dizer o ensino propagado por nossas três existências: passado, presente e futuro. A ideia é que podemos nos dedicar à transformação da realidade.

Não acredito que respostas sejam fáceis de serem encontradas. Desde Sócrates, considerado um dos criadores da filosofia ocidental e que viveu entre os anos 469 a.C e 399 a.C, a humanidade busca por explicações. Dúvidas que se arrastam por milhares de anos certamente não serão sanadas em décadas de visitas semanais a instituições religiosas. Ainda que não se consiga responder as perguntas “de onde viemos e para onde vamos”, descobrir as maneiras mais adequadas para transitar por essa vida ainda é um dos meus objetivos.

Fato é que nos deparamos com dificuldades diariamente e, na prática, a teoria se complica. Há um desafio, por exemplo, que há um bom tempo circula pela internet, chamado “21 dias sem reclamar”. Todos nós podemos dizer que seria impraticável, né? Imagine passar um dia sequer sem um problema que renda uma reclamação. Parece impossível, mas a proposta é válida: por que precisamos carregar tanto na tinta em algumas situações diárias? Tento aplicar uma de minhas premissas favoritas diariamente: dar tamanho às coisas. Não transformar um problema pequeno em uma grande tragédia.

São as pequenas atitudes diárias e os pequenos pensamentos que aplicamos que estabelecem a toada de nossa vida. Budismo, espiritismo, catolicismo e qualquer religião ou filosofia fornecem, à sua maneira, elementos para que tenhamos uma jornada mais leve. 

Não tenho dúvida de que qualquer iniciativa que proponha uma melhor maneira de vivermos deve ser considerada. A escolha é íntima e individual, mas se estamos bem com nós mesmos, já é o primeiro passo para estarmos bem com o mundo à nossa volta. 

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