Obrigada pelo e-mail

Obrigada pelo e-mail

Garanto que não vou perder o que em mim é essência: determinação, persistência e uma certa dose de teimosia.



Não é à toa que esta coluna semanal recebe o nome que tem: sua proposta é, além de compartilhar meu pensamento, levar os leitores a uma reflexão. Pelo retorno que tenho recebido, acredito que a meta está sendo cumprida, o que muito me orgulha. Dias atrás, recebi um e-mail de um leitor que me deixou bastante honrada. Fernando César Galdiano fez questão de dividir comigo sua opinião sobre o texto “Outro Olhar”, publicado há duas semanas, em que reforço o que os seis meses à frente de um cargo público me ajudaram a enxergar.

Assim, como eu — e provavelmente você — Fernando gostaria de viver em uma cidade limpa, sem trânsito e sem buracos. Concordamos em mais um ponto importante: todas as situações, ou problemas, podem gerar inúmeras visões e interpretações. Agregue a isso entraves burocráticos, limitações orçamentárias e recursos humanos desmotivados e será possível começar a ter uma ideia das razões que tanto distanciam os resultados do setor privado do desempenho do setor público. O leitor, que estuda Administração Pública há dois anos, diz notar uma enorme diferença entre o que aprende em sala de aula e a prática. Segundo ele, as apostilas e os manuais do curso parecem não existir “na vida real”. 

Em seu raciocínio, parte do problema está na falta de uma visão sistêmica da gestão pública. Entendo o que ele quer dizer: assim como nas demais esferas governamentais, cada secretaria ou departamento responde por um trabalho específico, por mais que o resultado final dependa da participação direta de outra área. Assim, só a tarefa de equacionar responsabilidades afins pode exigir muita energia, tempo e dinheiro. 

Vencido esse primeiro desafio, outros se apresentam. Fernando destaca, entre eles, a necessidade de incentivar, por meio de remuneração ou treinamento, os prestadores de serviço público, sejam próprios ou terceirizados. Além disso, ferramental e material de boa qualidade poderiam dar mais dinamismo ao trabalho público. Concordo que esses aspectos estão entre as principais demandas que identifico do lado de cá. 

O estudante de Administração Pública ainda reforçou que, pelo conteúdo lido, imagina que eu esteja achando a função mais difícil do que pensava. O que posso dizer é que sabia que seria um grande desafio e que, a meu favor, teria muita vontade e força de trabalho. Mas teria que correr atrás do conhecimento técnico, do cenário público e de tudo mais que envolvia a Secretaria de Infraestrutura e, mais tarde, a Coordenadoria de Limpeza Urbana.

Confesso que, talvez por conta da praticidade que desenvolvi durante tantos anos como empresária, ainda esteja lutando para me adaptar. Garanto, no entanto, que não vou perder minha essência: determinação, persistência e até uma certa dose de teimosia. Espero, ao final, emprestar um pouco do meu ritmo acelerado às pastas, equilibrando essas duas forças. 

Por fim, agradeço ao Fernando pelo e-mail, que me trouxe fôlego novo para os próximos meses. É sempre bom saber que estamos sendo ouvidos de uma forma ou de outra. Como desejado a mim, retribuo a você os votos de boa sorte em todas as suas empreitadas.

Isabel de Farias
Secretária de Infraestrutura e Coordenadora da Limpeza Urbana de Ribeirão Preto



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