Parcerias

Parcerias

Conversando em um fim de semana com um empresário bem sucedido da nossa cidade, ele foi categórico ao afirmar que quando os empresários são chamados a participar, convidados a ajudar a cidade, colaboram. Ele me disse isso sem titubear. E mais: garantiu que fazem com gosto porque querem viver numa cidade da qual sintam orgulho. Isso só vem reafirmar uma verdade em que sempre acreditei.

De uma maneira geral, o povo brasileiro sempre deu mostras do quanto é solidário. Basta acontecer alguma tragédia, seja no nosso país ou em qualquer lugar do mundo, que nosso povo se mobiliza. Lembro o que aconteceu em Ribeirão Preto, em 1994, quando aquele tornado devastou parte da cidade. Todos se recordam do quanto a cidade se movimentou para ajudar.

Outro assunto que me chamou a atenção nesta semana foi a adoção do Parque Aliança pelo RibeirãoShopping, uma parceria que vai transformar um espaço que hoje não está sendo cuidado pelo poder público, por falta de recursos, onde uma empresa privada resolveu investir. Uma empresa cidadã é o primeiro pensamento que me vem à cabeça, mas entendo também que para o centro de compras é importante que o seu entorno esteja bem cuidado. A parceria beneficia a todos: o negócio deles, os moradores e os trabalhadores. Todos ganham com esse tipo de ação.

Desde que estou no setor público, tenho acompanhado várias ações que buscam trazer parceiros para participar mais de perto das soluções dos problemas da cidade. Nunca pensei nisso como uma terceirização do papel do poder público Porém, também é ingenuidade pensar que o governo vai dar conta de todas as demandas. Lançamos o projeto Verde Cidade, que tem feito parcerias com empresas privadas na adoção de praças e de canteiros, dando, como contrapartida, espaços publicitários onde as empresas podem divulgar suas marcas e trabalhar a sua imagem corporativa. Estas empresas investem na sua imagem de empresas cidadãs. Já são mais de 50 participantes e estamos fechando com mais 50. O objetivo é fechar com mais 100. Só lembrando que nossa cidade tem mais de cinco mil empresas em pleno funcionamento.

Recentemente, o Centro Universitário Moura Lacerda, através da faculdade de Engenharia e Arquitetura, fechou uma parceira para ajudar na recuperação de um prédio histórico. Poderia elencar várias outras participações de empresas em outros projetos de parceria, como, por exemplo, o levantamento do pavimento urbano feito por todas as faculdades de engenharia, que vai trazer um diagnóstico preciso de como está a situação de cada quarteirão da cidade, apontar quais são as prioridades e o custo nos próximos anos para que tenhamos um pavimento de qualidade.

Tenho defendido um modelo de participação não só das empresas, mas também dos cidadãos na melhoria da qualidade de vida da nossa cidade. Não é mais possível acreditar em um modelo em que apenas repassando a responsabilidade para o setor público podemos ter uma vida em comunidade mais organizada.

É possível ainda assistirmos a pessoas de dentro dos seus carros jogando folhetos que recebem nos sinaleiros nas vias públicas, como se isso não causasse nenhum mal a nossa convivência. Muitas vezes, presenciei caminhonetes cheias de galhos jogando esse material em praças públicas.

Vejo como saída um grande pacto de cidadania, entre o setor público, o privado e o cidadão para que passemos a tratar dos espaços públicos como nossos. Tratá-los como fazemos com a nossa casa. Cuidar do lixo que produzimos e começarmos a viver uma cidadania na verdadeira acepção da palavra.

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