Participação cidadã

Participação cidadã

Só conseguiremos transformar a realidade brasileira se cada um assumir parte da responsabilidade.

Muito se tem falado sobre a responsabilidade social e ambiental das empresas brasileiras. Parece que ficou claro que, mesmo em uma economia capitalista, é fundamental que a iniciativa privada tenha no seu escopo a preocupação com o bem-estar dos seus colaboradores e o compromisso com os clientes.

Hoje, existe uma consciência de que a contribuição das empresas com a sociedade vai além da geração de lucro, renda e empregos. Em um mundo tão cheio de desigualdades, os líderes empresariais têm repensado o propósito de seus negócios. E a preocupação com a comunidade em que está atuando é uma realidade muito presente na nossa cidade.

Se listarmos as 100 maiores empresas de Ribeirão Preto, poderemos constatar uma forte atuação nas áreas da cultura e da assistência social. Desde que assumi os cargos que ocupo atualmente, falo sobre a importância de envolver a sociedade no processo da administração pública. O que me impressiona é a reação equivocada de parte da mídia da cidade. Para algumas pessoas, parece que empresários que ajudam ou participam de alguma maneira do setor público apenas o fazem por interesses comerciais.

Não sou ingênua em acreditar que todos os empresários têm consciência social. Mas a minha experiência profissional de quase 30 anos convivendo com boa parte deles me dá a convicção de que muitos empresários sabem o real valor de ter uma sociedade mais organizada. Até por conhecer de perto o setor produtivo de Ribeirão Preto, sei que muitos de seus líderes são responsáveis e envolvidos com os assuntos da cidade. Acredito que, por conta disso, sabem da importância de assumir sua parcela de responsabilidade na construção da cidade que queremos. 

A contrapartida desses empresários é a mesma de qualquer cidadão ribeirãopretano: uma estrutura pública mais preparada para atender às necessidades do município. O que me leva a crer que algumas empresas podem aderir a projetos como o de recapeamento da cidade ou o de recuperação de espaços públicos históricos é a mesma crença que me levou a aceitar o convite para integrar a administração pública atual. Ou seja, a certeza de que só conseguiremos transformar a realidade política e social brasileira da atualidade, tão criticada pela mídia e pela população em geral, se cada um assumir verdadeiramente parte da responsabilidade pelas mudanças que quer ver. Eu assumi um compromisso de seriedade e transparência na minha atuação como agente público. Tenho tentado gerenciar a escassez de recursos com criatividade e eficiência.

Um bom exemplo de empresa comprometida com o município é o RibeirãoShopping, que, em contrapartida pela 8ª expansão, numa obrigação legal, realizou uma intervenção no retorno na Av. João Fiusa, no prolongamento Av. Fernando Correa da Silva, e também construiu um novo terminal de ônibus e a Praça do Palhaço Piolim. Porém, em dezembro, quando os ônibus passaram a utilizar o novo terminal, o pavimento do novo local não tinha condições de suportar o tráfego mais intenso. Em pouco tempo, o asfalto estava completamente deteriorado e, infelizmente, a Secretaria da Infraestrutura, responsável pela recuperação do pavimento, não tinha recursos para fazer o reparo. Mais uma vez, agora por liberalidade, o centro de compras se prontificou a assumir essa responsabilidade porque entendeu que o entorno do seu empreendimento precisava estar adequado para receber bem seus clientes.
Ainda este ano, fiz um pedido aos empresários responsáveis pelo TRIO — são elas WTB, Rossi e Lindenberg —,  empreendimento que acaba de ser finalizado na Av. Presidente Vargas, para que assumissem o recapeamento do entorno do novo prédio, solicitação prontamente atendida por eles. Mais uma vez, ficou claro que a obra seria boa tanto para os novos ocupantes do empreendimento, que passam a ter uma estrutura mais organizada, quanto para a população em geral, que circula pela região. Recentemente, a Associação Comercial de Ribeirão Preto participou com recursos do novo local para os ambulantes  e também do projeto de reforma do Calçadão. Aliás, a parceria da entidade com a Prefeitura Municipal é histórica.

Acredito que este caminho de mão dupla só será possível se todos entenderem que, mais do que qualquer empresa ou governo, quem ganha é o cidadão e a comunidade. É nisso que tenho trabalhado junto ao setor produtivo da cidade, e tem dado certo.

Isabel de Farias
Secretária de Infraestrutura e Coordenadora da Limpeza Urbana de Ribeirão Preto

 

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