A primeira equipe não se esquece

A primeira equipe não se esquece

Mas, como diz o ditado popular, o primeiro passo é sempre o mais difícil, esta conquista merece ser comemorada.

Acredito que todos concordem comigo em um ponto: é sempre mais simples descobrir o que se faz bem e seguir fazendo, cada dia mais. No entanto, desvendar novas capacidades e, às vezes, ir além do que se imaginava capaz pode ser ainda mais prazeroso. Isso porque, quanto maior o desafio, maior também a sensação de dever cumprido.São sensações como esta que venho experimentando em 2014, quando me lancei a uma atividade nunca imaginada anteriormente. Decidi cruzar a linha, sair das arquibancadas para entrar em campo e fazer parte da decisão. Muitos amigos me questionaram por que não tentava dar minha contribuição à cultura, utilizando-me da experiência adquirida em sete anos à frente da Feira do Livro, ou alguma área afim. Mas o fato é que, na minha visão, havia muito mais a ser feito pela infraestrutura da cidade.

Cá estou eu. Não foi, nem está sendo, nada fácil. Mas posso garantir que está valendo a pena, apesar de todas as dificuldades e adaptações necessárias. Depois dos primeiros oito meses, já posso comemorar as primeiras vitórias. Uma delas, faço questão de dividir neste espaço.

Circulo bastante pelo Município e compartilho com a maioria dos cidadãos o desejo por vias bem cuidadas e sem buracos. A situação da pavimentação urbana de Ribeirão Preto, portanto, mostrou-se o primeiro problema a ser solucionado. No entanto, os recursos da Secretaria para esta missão beiravam à inexistência. O respeito pelas pessoas que trabalham na pasta só aumentou quando percebi que, para contornar o problema, precisava driblar uma Secretaria desaparelhada.

Algumas máquinas da Secretaria, que deveriam estar nas ruas tapando buracos, estavam abandonadas. Com a falta de recursos e condições adequados, a desmotivação das equipes de trabalho não poderia ser maior, o que é totalmente compreensível, mas não aceitável. Esse cenário precisava ser modificado e foi a isso que nos dedicamos. Todo o esforço valeu a pena quando conseguimos montar uma equipe para regularização asfáltica — o que é diferente de recapeamento, que está sendo feito por uma empresa especializada. Para quem olha de fora, pode parecer pouco, mas garanto que esta foi uma das vitórias mais celebradas, não só por mim, mas por todos aqueles que conhecem mais de perto os entraves da administração pública, especialmente por aqueles que fazem parte da Infraestrutura.

Nossa equipe já recuperou algumas avenidas e ruas da cidade. Este é só o começo de um amplo trabalho que pretendemos fazer junto com os recursos de R$ 25 milhões para o recapeamento de Ribeirão Preto, advindos de diversas fontes, como da própria Secretaria de Infraestrutura, que conseguiu realocar R$ 9 milhões para esta finalidade. Com esse valor, serão recuperadas 213 ruas e 14 avenidas. Convertendo esses números, teríamos o equivalente a 122 Km, aproximadamente a distância entre Ribeirão Preto e Barretos.

O intuito, no entanto, é seguir adiante e aumentar os esforços para garantir o bom serviço prestado pelas equipes da própria Secretaria e das empresas terceirizadas. Este trabalho está só começando. Para se ter uma ideia, a última grande intervenção no pavimento está próxima de completar 15 anos, período em que o fluxo de veículos cresceu num ritmo bem acelerado.

Quando assumi a Secretaria, disse que, em um ano, não teria mais buracos nas ruas da cidade. Porém, com o asfalto envelhecido, a cada buraco tapado, surgem dois novos. Portanto, dá para imaginar que a caminhada será dura e longa. Mas se, como diz a sabedoria popular, o primeiro passo é sempre o mais difícil, então, esta conquista merece mesmo ser comemorada.

Isabel de Farias
Secretária de Infraestrutura e Coordenadora da Limpeza Urbana de Ribeirão Preto

 

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