
Quem procura acha
Faz quase 10 meses que deixei o Governo Municipal, depois de uma intensa experiência como secretária da Infraestrutura, de Governo e Coordenadora de Limpeza Urbana. Já escrevi inúmeras vezes aqui sobre minha vivência no poder público e, naturalmente, ainda respondo a perguntas sobre uma possível candidatura política e esclareço os motivos que me fizeram entrar e sair da Prefeitura de Ribeirão Preto.
Ainda não considero cansativo o tema. Pelo contrário, acredito que quanto mais próximo o cidadão se sente do poder público, melhor é a gestão, o diálogo e o compartilhamento de ideias. Por isso, sempre fiz questão de responder quando perguntada. Quando esclareço qualquer questionamento que me fazem sobre esses assuntos, procuro ser transparente. Tenho convicção de que apenas quando cada um se sentir parte da cidade em que vive, sem desconfiança ou repulsa, viveremos em um lugar melhor.
No último final de semana, ao folhear um jornal local, deparei-me com uma nota sobre o projeto Ribeirão Mais Iluminada, que iniciei na Prefeitura. O objetivo era, em parceria com a CPFL, trocar 66% das lâmpadas da cidade. Sempre acreditei que esse trabalho traria mais do que a iluminação, mas justiça social, garantindo a mesma infraestrutura independente de classe social ou região.
Enquanto eu estava na administração municipal foram trocadas 15 mil lâmpadas do total de 44 mil. O “não cumprimento” da proposta foi noticiado nas páginas do jornal impresso, que destacou o fato de o projeto ter sido uma de minhas bandeiras, enquanto secretária – além, claro, da inesquecível meta de tapar todos os buracos da cidade.
A ação teve início, principalmente, em razão da proximidade da decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que transferiria os ativos da iluminação pública aos municípios, responsabilizando as prefeituras pelos investimentos no setor – e não mais as concessionárias. A troca das lâmpadas convencionais pelas de LED traria economia para os cofres públicos, a exemplo da bem-sucedida e concluída troca das 6.529 luzes dos semáforos da cidade, cuja economia estimada é de 90%.
Quando o projeto começou, o cenário era favorável, assim como os recursos para investimento. Durante o andamento, a Aneel adiou a decisão de transferência dos ativos, a tarifa de energia elétrica subiu e não era mais possível, naquele momento, arcar com as despesas para a continuidade.
Não fossem suficientes os esclarecimentos e justificativas, o jornal afirmou em nota que “a ex-secretária Isabel de Farias não foi encontrada para comentar o descumprimento”. Realmente não fui, talvez porque não tenha sido procurada.
Uma das premissas básicas do jornalismo é dar o direito de resposta. Não recebi ligação ou e-mail para comentar o assunto. Se tivesse sido contatada pela reportagem, naturalmente esclareceria, como muitas vezes já respondi diferentes questionamentos. A mim, resta utilizar este espaço para, mais uma vez, deixar clara uma de minhas iniciativas e seus resultados. Ao jornalismo resta mais respeito.