Um sonho realizado

Um sonho realizado

Esta semana, comemoramos 29 de anos de Revide. Passei a maior parte da minha vida aqui. Como é comum acontecer nos aniversários, a data me trouxe reflexões, fiz aquela retrospectiva clichê em que passa um filme na cabeça e revivi, mentalmente, alguns momentos que me marcaram. Já contei inúmeras vezes que a Revide nasceu de um sonho meu e da Mônica Marques de fazer jornalismo em Ribeirão Preto. Como até os sonhos precisam de estrutura financeira para serem realizados, a minha sócia, na época, não o alimentou por muito tempo. Eu prossegui e estou aqui na luta até hoje.

A minha história e a da Revide estão diretamente entrelaçadas. Ao longo desse tempo de existência, a revista passou por inúmeras mudanças, atuando como um espelho da minha personalidade inquieta e até da minha própria evolução pessoal. Ajustes na linha editorial, no formato, na periodicidade e no projeto gráfico, por exemplo, fizeram com que a Revide estabelecesse um novo conceito em mídia impressa no mercado de Ribeirão Preto. Quando todos achavam que a fórmula de produção estava estabelecida, era hora de se reinventar, quebrando padrões e expectativas.

Sempre com o objetivo de melhorar, encontramos formas ainda mais interessantes e atrativas para levar informação, conhecimento e cultura para os leitores. Isso aconteceu, por diversas vezes, durante esses 29 anos. Cada fase tem as suas características marcantes, muitas delas identificadas através da própria capa, da forma como a revista se apresenta.

Quando surgiu, em julho de 1986, a Revide tinha um formato tabloide, a arte final era confeccionada de modo quase artesanal e o miolo era impresso em preto e branco, em off-set. Há 20 anos, a arte final é produto de editoração eletrônica, no tradicional formato de revista. Hoje, com tiragem auditada pela Exame Auditores Independentes, colocamos, em média, 55 mil exemplares em circulação em Ribeirão Preto e mais 28 municípios da região.

Na primeira edição, eu me lembro, a ideia inicial era fazer uma grande reportagem sobre as andorinhas, por que elas vinham para cá e para onde iam depois daqui. Pensamos, então, em acompanhá-las. E lá fui eu. Encontrei alguém que tinha um ultraleve e me propus a seguir as andorinhas. Só que o ultraleve voava a 80 Km/h, enquanto as andorinhas iam a 150 Km/h. Estava um frio de rachar, era junho, e nós lá em cima daquele ultraleve. Eu estava morrendo de medo e ainda tinha que levar um fotógrafo. A matéria nunca saiu, claro.

Hoje, os sonhos já não são mais tão amadores, mas continuam existindo. Afinal, são eles que nos guiam adiante. Já não preciso mais subir num ultraleve para garantir uma boa matéria. Tenho uma equipe bem estruturada, um veículo sério, de credibilidade, que cumpriu a função que buscávamos lá no começo: fazer uma mídia impressa diferente, bem posicionada. Lá atrás, vimos que tínhamos espaço para isso e esse espaço foi conquistado dia após dia, por cada profissional que passou por aqui, por cada sonho que foi realizado, por cada parceiro que acreditou no nosso potencial, por cada leitor que nos fez chegar a essa tiragem.

Esse filme mental me faz ver que realmente a minha vida não pode ser dissociada da Revide, assim como a história da Revide não pode ser dissociada da minha. Afinal, são 29 anos de uma relação que só me faz ver o quanto é importante lutar pelo que a gente quer.

Compartilhar: