Uma boa conversa

Uma boa conversa

Na última semana, fui convidada a conversar com um grupo de mulheres e compartilhar minha experiência profissional desses mais de 30 anos de trabalho na Revide. Tive o prazer de falar um pouco sobre aquilo em que acredito profundamente e os princípios que me regem nessas mais de três décadas como jornalista e empresária. Sei que não é uma carreira que merece maior destaque do que a trajetória de qualquer outro trabalhador brasileiro, mas tenho convicção de que compartir ideias e caminhos pode ser uma grande oportunidade para renovarmos as energias – e as nossas possibilidades. Sempre há o que aprender numa boa conversa.

Ao preparar a apresentação que faria àquele grupo, tirei um tempo para refletir sobre o que realmente me motiva e o que faz com que a Revide prospere, há tanto tempo, como uma empresa longeva e bem-sucedida em um país que impõe tantas dificuldades a empreendedores e empresários. Legislação, burocracias, impostos e instabilidade econômica são fantasmas presentes.

Para mim, o significado de ser jornalista e empreendedora está muito ligado à minha crença de que é possível mudar o mundo por meio da educação e da informação, ajudando os cidadãos a terem uma consciência mais crítica do planeta em que vivem. Acredito que empreender é cuidar de um universo a partir do próprio trabalho, com as ferramentas que estão a nosso alcance. Não confio na tese da responsabilização do outro pelos problemas. Acho que precisamos arregaçar as mangas e propor ações e atitudes novas que possam colaborar com o outro.

O jornalismo proporciona, a quem trabalha com ele, uma oportunidade muito feliz: contar boas histórias que podem afetar o nosso interlocutor. Dessa maneira, a partir de um conteúdo vasto e relevante, é possível contribuir de maneira assertiva com a sociedade. 


Sentir prazer no que faz torna o trabalho perfeito

Aristóteles (384 a.C-322 a.C), filósofo


Tudo isso sempre me fez gostar muito do meio que escolhi para trabalhar. Sentir prazer na atividade profissional que escolhemos é fundamental para exercer o ofício com qualidade e dedicação. Não tem coisa pior do que acordar e se preparar para algo que não gostamos, ou não temos vontade de fazer. É claro que nem sempre conseguimos unir o útil ao agradável, e é por isso que tenho um forte sentimento de gratidão por ter estabelecido uma feliz carreira em uma área que tanto me faz bem.

Busco, diariamente — e há quem diga que até exaustivamente —, encontrar novidades e inovar. Acredito que esse seja um dos segredos da longevidade da Revide. Não estacionamos em 1986, ano em que lançamos a primeira edição. Mudamos, conforme o mundo mudou, ao longo desses 32 anos. Criamos novos produtos, nos adaptamos à evolução tecnológica e nunca deixamos de trabalhar pelo projeto em que acreditamos piamente. 

No fim da minha apresentação, depois de me prolongar por esses tópicos, fui questionada se já me deparei com alguma dificuldade paralisante, que tenha me dado vontade de desistir.

Antes de responder, até tentei relembrar os períodos mais difíceis que atravessamos e, de fato, houve crises e fases muito complicadas. Respondi, no entanto, que não. Nunca, por mais difícil que tenham sido os obstáculos, pensei em desistir. Talvez essa seja uma boa diferença, já que não é fácil se manter em pé durante um terremoto de pessimismo, como temos vivenciado nos últimos anos. Qualquer que seja essa força que me sustenta, mesmo em momentos que beiram o insuportável, pretendo mantê-la ao meu lado pelo resto dos meus dias. 

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