
Uma decisão política
O prazo final para se filiar a algum partido político neste ano é sábado, 2 de abril. Quando você ler este texto, inclusive, o dia já pode ter ficado para trás. Naturalmente, apenas quem estiver filiado poderá participar das eleições municipais deste ano.
Com essa proximidade, os questionamentos em torno de minha possível candidatura à prefeitura de Ribeirão Preto passaram a ser ainda mais frequentes. Fato é que há algum tempo, desde minha temporada como secretária municipal da Prefeitura, venho respondendo a especulações sobre o assunto. Tudo muito natural, uma vez que fazer parte do poder público, por menor tempo que seja, acaba te transformando em mais uma peça dentro do tabuleiro político. Desde o início deixei claro que não sou filiada a nenhum partido e, para participar de qualquer processo eleitoral, seria essa a premissa. Não me filiei e optei por continuar assim. Essa decisão, portanto, já responde a todas as perguntas acima.
Por muitos meses me questionei qual seria o caminho certo a seguir, embora nunca tenhamos qualquer garantia sobre o futuro. As estradas da vida, às vezes, são pavimentadas por incertezas, mas isso não nos impede de tentar acertar todas as vezes em que estamos diante de uma dúvida.
Confesso que ter trabalhado neste Governo Municipal foi uma valiosa experiência, sobre a qual escrevi muitas vezes aqui. Consolidei crenças e princípios que carrego há muito tempo em minha vida, adquiri um grande entendimento sobre a máquina pública, notei as mudanças importantes que devem ser feitas em uma sociedade e, principalmente, tive a certeza do que discordo e com o que não compactuo.
Ainda assim, diante das infinitas possibilidades de desenvolvimento perdidas em um jogo político descomprometido, saí do Governo Municipal com a convicção de que, mesmo fora do poder público, é possível contribuir com a sociedade em que vivemos. É uma tarefa nem um pouco fácil, mas há oportunidades. Por isso, ainda que tenha como principal objetivo, neste ano, estar presente na condução da Revide, quero atuar de forma ainda mais participativa em Ribeirão Preto.
Por mais pessoal que essa decisão pareça — e seja —, senti o dever de explicá-la aqui. Por incontáveis edições, esta coluna abrigou, e continuará abrigando, meus pensamentos e questionamentos sobre temas, muitas vezes, pessoais. Minha entrada na Prefeitura de Ribeirão Preto, as especulações em torno de uma possível candidatura e minhas críticas ao atual modelo de gestão do município já foram temas de muitas reflexões. E é por isso que fiz questão de encerrar oficialmente este capítulo também aqui.
Sobre o futuro? Não sei. Por ora, minha decisão diz respeito a 2016 e às eleições municipais deste ano. Meu interesse continua em ajudar a cidade onde construí minha vida. Sinto que as alternativas para contribuir com Ribeirão Preto são grandes, embora não sejam tão fáceis de colocar em prática. A morosidade de alguns setores públicos pode desanimar ou fazer com que as soluções e ações demorem mais do que o ideal. Mas, como dizem, o que é muito fácil não tem graça.Seguirei, então, buscando as oportunidades para colaborar com Ribeirão Preto, juntando-me àqueles que também querem dialogar e compartilhar soluções para o bem comum de nossa cidade.