O brilho do lado escuro da lua

O brilho do lado escuro da lua

A clássica capa criada pelo grupo britânico de design gráfico artístico Hipgnosis

Ninguém, dos vários fãs e ouvintes de músicas que pedi uma opinião sobre “The Dark Side of the Moon”, do Pink Floyd, ousou uma definição clara e precisa sobre o disco, considerada a obra-prima do grupo britânico.

Alguém arriscou: “era outra época. A maneira como a música era consumida era diferente. E havia aquela aura lisérgica dos anos 70”, explica um colega de trabalho – que em março de 1973 (ano de lançamento do oitavo álbum), tinha 17 anos.

Nesta segunda-feira, dia 24 de março, “The Dark Side of the Moon” completa 41 anos!

Obra
A verdade é que a obra-prima de Pink Floyd não serviu somente para consolidar Roger Waters como líder e compositor do grupo, mas, apresentar uma estruturação estética que se aproximava da música pop convencional e, o mais importante, sem abandonar o estilo psicodélico clássico que o consagraram.

The Dark Side...” veio ainda carregado de todas as desilusões, visões mais intimistas e críticas relacionadas à época: desde a esquizofrenia de Syd Barret – fundador e vocalista original da banda que, em 1968, deixou o grupo por complicações com o LSD – em “Brain Damage”. Crítica ao consumismo em “Money” e à mediocridade e ausência ideológica em “Time” e “Breath” – respectivamente.

A desilusão presente no disco estava fortemente ligada aos acontecimentos que abalaram o mundo – principalmente a Europa – em maio de 1968.

Então, da intenção de gravar algo diferente - em tecnologia e abordagem - surgiu, durante a turnê de Meddle (1971), o esboço para "The Dark Side of the Moon".

Rascunhando
(Da esq. para dir.) David Gilmour, Roger Waters, Rick Wright (de costas), Nick Mason e um amigo (ao fundo, sentado), no estúdio Abbey Road - DivulgaçãoO grupo começou a trabalhar no novo material, gravado em fitas demo no estúdio na casa de Roger Waters. E em segredo, a banda passou a ensaiar as novas composições: primeiramente em um armazém que pertencia ao Rolling Stones, em Londres e, em seguida, no Teatro Rainbown. Local onde, mesmo antes de iniciarem a gravação do disco, realizaram um concerto – com nove toneladas de equipamentos – destinado somente à imprensa, em 17 de fevereiro de 1972.

Para as gravações do disco, iniciadas em maio daquele ano, o Pink Floyd escolheu o único estúdio com tecnologia o suficiente para o novo projeto: o Abbey Road Studios (o celeiro de onde o álbum homônimo dos Beatles havia saído em 1969).

Alan Parsons, engenheiro de som que contribuiu para a produção dos dois últimos discos dos Beatles – Abbey Road (1969) e Let it Be (1970) –, também trabalhou em “The Dark Side of the Moon”.

As sessões duraram até janeiro de 1973 e, após o seu lançamento, ficou 740 semanas (!) entre os mais vendidos da Billboard, com mais 50 milhões de cópias e, até a década de 1980, estima-se que era o disco de produção mais cara da história da música.

A verdade é que, os integrantes do Pink Floyd, antes de "The Dark Side of the Moon", estavam à deriva. Pois, não conseguiam o prestígio que tinham antes da saída de seu principal compositor: Syd Barrett.

Uma curiosidade: Assim como Brian Wilson, do The Beach Boys, Barrett foi uma forte influência para as letras de temáticas líricas do álbum “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”.

Composto por corais, sons incidentais e muitos sintetizadores, "The Dark Side of the Moon" colocou o Pink Floyd no altar, ao lado de grandes nomes da música mundial.

A obra é considerada pelo próprio Waters "uma espécie de perfeição".

Na minha humilde opinião: disco importante para todo e qualquer apaixonado por música.

Pink Floyd
Roger Waters - baixo, vocal ,guitarra, sintetizador VCS 3, efeitos gravados
David Gilmour - guitarra, teclados, baixo, vocal, sintetizador VCS 3
Nick Mason - percussão, bateria, efeitos gravados
Richard Wright - teclados, vocal, sintetizador VCS 3

Músicos de Apoio
Dick Parry - saxofone
Lesley Duncan - vocal de apoio
Doris Troy - vocal de apoio
Barry St. John - vocal de apoio
Liza Strike - vocal de apoio
Clare Torry - vocal em "The Great Gig in the Sky"

Ouça o disco aqui:

Compartilhar: