Atividades humanas e as mudanças climáticas

Atividades humanas e as mudanças climáticas

A ciência tem demonstrado de maneira direta e clara, por meio de seus estudos e divulgações de relatórios, que as alterações e mudanças do clima que tem ocorrido mais recentemente, dizem respeito diretamente as nossas atividades (antrópicas) em busca de um famigerado desenvolvimento a qualquer custo.

As atividades humanas, desprovidas de planejamento técnico e estratégico, com visões truncadas por parte dos governantes e gestores públicos, sem políticas públicas adequadas e muitas vezes corroboradas por atividades privadas que objetivam estritamente aspectos econômicos e lucratividade, em detrimento de uma atividade produtiva racional e sustentável, tem conduzido nosso planeta a um aquecimento global sem precedentes ao longo de nossa história evolutiva.

Relatórios publicados pelo IPCC, tem confirmado e feito diagnósticos e prognósticos de que teremos um aquecimento no planeta de pelo menos 1,5º C, por volta dos próximos 15 anos, apontando claramente a necessidade premente de combatermos os gases de efeito estufa (GEE) e suas consequências, principalmente o dióxido de carbono (CO2), assim como o gás metano (CH4), ambos extremamente perniciosos em termos de agentes que podem provocar mudanças climáticas.

Nas últimas cinco décadas, no contexto dos últimos dois milênios, tivemos a taxa de incremento da temperatura global de superfície aumentando de forma exacerbada, evidenciados pela identificação de que estas emissões de gases de feito estufa produzidas pelas atividades humanas são as responsáveis em sua totalidade pelo aquecimento global ao qual estamos sendo submetidos.

Exemplificando, ao final da segunda década deste milênio (2019) as concentrações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera atingiram seus maiores índices que em qualquer período presumíveis nestes dois milhões de anos, da mesma forma que as concentrações de metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) também tiveram suas maiores taxas em relação aos últimos 800 mil anos, em cálculos estimados.

Com o aumento dos gases de efeito estufa (GEE), proporcionados pelas atividades industriais do mundo moderno, em sua ganância capitalista, teremos um aumento gradativo da temperatura global com resultados catastróficos e irreversíveis para todos os ecossistemas e seus componentes bióticos e abióticos. Entretanto, cumpre lembrar que existem inúmeras formas e maneiras, assim como pesquisadores qualificados para conduzir o desenvolvimento sustentável, visando a manutenção de nossos recursos naturais em boas condições, embora rotineiramente estejamos sendo capitaneados por gestores irresponsáveis e autodestrutivos, com uma visão unilateral e com interesses específicos e não coletivos (global).

Quanto mais avançarmos nestas irresponsabilidades da destruição ambiental, mais avançaremos na destruição de todas as populações viventes, a começar por aquelas de maior vulnerabilidade social e ambiental, com resultados imprevisíveis.

Nesta última década, identificamos que as fronteiras de gelo da região do mar ártico se apresentaram num dos seus níveis mais baixos nos últimos 170 anos, numa escala de mudanças sem precedentes em nossa história recente. Em contraposição ao recuo da camada de gelo ártico provocado pelo aumento da temperatura global, o nível do mar tem sofrido grandes aumentos resultantes da fase líquida da água provocada pelo degelo (inundações), que por sua vez foi gerado pelo aumento da temperatura global, elevando-se a média global do nível do mar, especialmente no século passado, e com perspectivas danosas para o presente século (não estou me referindo às eras glaciárias e interglaciárias).

Numa perspectiva de aumento dos gases de efeito estufa na proporção das últimas décadas, num futuro muito breve de poucas décadas estaremos enfrentando, além do aumento da temperatura e da grande amplitude térmica, um aumento incomum nos níveis do mar numa proporção catastrófica, assim como um provável processo de desertificação e improdutividade alimentar sem precedentes (fome), dadas às características e desestabilização do ciclo hidrológico.

Teremos fortes ondas de calor marinhas, com maior frequência, o que já vem ocorrendo nas últimas quatro décadas, e que refletirão em todas as formas de vida, eliminando-as ou alterando o seu ciclo de vida, o que ocasionará grande desestruturação no âmbito da cadeia alimentar (energia), o que fatalmente atingirão todas as formas viventes desta cadeia/teia de interações, inclusive a humanidade.

Estes pontos de rupturas ambientais, com severas consequências para o futuro de todas as formas de vida, especialmente para espécie humana, não são resultantes de meras especulações individuais, mas são resultados de análises e estudos com embasamentos científicos (válidos para quem acredita na ciência) contidos em relatórios oficiais, tal como o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima).

Finalizamos, reafirmando que todas estas expectativas podem ser devidamente controladas e evitadas (ou minimizadas), de maneira a reduzir seus malefícios, uma vez que, embora os grandes desastres naturais estejam fora de nosso controle, grande parte destes eventos catastróficos são de nossas responsabilidades, oriundos de nossas atividades antrópicas, e portanto, perfeitamente passível de nosso controle com o emprego racional da ciência e da tecnologia desenvolvidos pelos cientistas, homens e mulheres do bem que anseiam um mundo melhor.

 

Imagem de ELG21 por Pixabay 

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