Contextualizando o Desenvolvimento Sustentável

Contextualizando o Desenvolvimento Sustentável

Para todos nós, aparentemente o significado da palavra desenvolvimento parece ser muito simples, eventualmente entendido como a “ação ou efeito de desenvolver, de crescer, progredir, se tornar maior”. Da mesma forma a compreensão do termo sustentável, originário do latim sustentare, significa “sustentar, defender, favorecer, apoiar, conservar, cuidar”, ao passo que em sua extensão a “sustentabilidade” pode ser definida como uma habilidade, na acepção de ser capaz de sustentar ou suportar condições e situações diversas. Entretanto, estas duas palavras empregadas isoladamente ou mesmo em conjunto, implicam ainda numa limitação de entendimento, pois carecem de um complemento para esclarecer e detalhar o tipo de “desenvolvimento sustentável”, ou seja, do quê e em qual contexto estamos nos referindo.

Atualmente, a definição mais comum para desenvolvimento sustentável se limita a concepção de que seria o desenvolvimento, no qual teríamos a capacidade de atender as necessidades de nossa geração consumista sem, no entanto, comprometer ou prejudicar a capacidade de atendimento para as futuras gerações, ou seja, corresponderia a uma forma de desenvolvimento que também mantivesse o status quo de todas as formas e recursos demandados para o futuro da humanidade. 

Observe-se que, mesmo sem querer, neste texto passamos a derivar o entendimento do termo desenvolvimento sustentável, especificamente para o âmbito de nossos recursos naturais, ou seja, estamos falando de desenvolvimento sustentável ambiental ou socioambiental, embora saibamos que podemos ter diversas outras formas de desenvolvimento sustentável, porém, sempre estará implícito que mesmo em relação aos aspectos econômicos e empresariais, a manutenção das salvaguardas sociais e ambientais serão premissas inegociáveis neste contexto.

Rotineiramente, na maioria das vezes, o desenvolvimento é confundido e vinculado mais estreitamente aos fatores quantitativos de produção e aspectos econômicos (financeiros), que estarão sempre na dependência do consumo ascendente de energia e, portanto, dos recursos naturais em seus processos de homeostase. Esta modalidade de desenvolvimento unilateral, que desconsidera os fatores no entorno, sem conjuntura e sem visão de futuro, fatalmente tornar-se-á insustentável, considerando-se que levará muito rapidamente à exaustão dos recursos naturais disponíveis, aliás, patrimônio que não nos pertence e que devemos repassar para o futuro da humanidade.

Portanto, torna-se de grande importância, conscientizarmo-nos que o pilar conceitual da sustentabilidade em nosso planeta, consiste na nossa capacidade de gestão racional dos recursos essenciais que representem um legado prático de continuidade e equilíbrio em nossas relações com o meio ambiente. Isto significa que devemos aprender a gerenciar a mitigação dos impactos que provocamos em nosso dia a dia, uma vez que sabemos que estes recursos que demandamos são finitos, e cabe a geração atual que a usufrui, a responsabilidade pela sua preservação dentro dos padrões minimamente aceitáveis.

Para que a nossa geração possa pelo menos alcançar o limiar do desenvolvimento com sustentabilidade social e ambiental, exigidos pelo padrão mínimo de qualidade de vida, é essencial um profundo processo de educação básica em todas as suas derivações, nos mais diversos níveis e áreas de atuações. Sem um processo educacional básico eficaz em nível de configuração enquanto nação, nunca alcançaremos estes objetivos preliminares, uma vez que há décadas (talvez séculos) convivemos com uma brutal disparidade social e educacional em nosso país, o que nos tornam heterogêneos em nossos interesses pela sobrevivência, fazendo com que na prática, aquilo que deveria ser de caráter coletivo, transformem-se em ações individualizadas.

Superados os parágrafos acima, quiçá em nível mundial, para alcançarmos o desenvolvimento sustentável no planeta, há que haver um completo e eficiente planejamento estratégico, embasados em diagnósticos e reconhecimentos da potencialidade e limitações de nossos recursos naturais, assim como em especial, sobre aspectos relacionados as suas fragilidades, sobretudo para as quais as mesmas não possuem capacidade natural de autorrecuperação.

Embora, sejamos críticos contumazes nestas searas, é necessário apontarmos que existem vários movimentos que buscam e praticam estas premissas preconizadas para o desenvolvimento sustentável, entre as quais podemos citar em especial, as ações dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Estes objetivos da ODS fazem parte do documento “Transformando nosso mundo: a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável” publicado pela ONU - Organização das Nações Unidas, e são constituídos por 17 objetivos (ODS) que propugnam melhorias na qualidade de vida do planeta Terra, por meio da preservação técnica e racional dos ecossistemas, sem perder de vista aspectos básicos da economia produtiva que também são fundamentais para à nossa subsistência.

 Imagem de David Mark por Pixabay

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